Polícia apura se fumaça tóxica impediu vítimas de escaparem do fogo
Sem descartar incêndio criminoso ou acidental, a Polícia Civil vai apurar se havia algum material que poderia ter tornado a fumaça mais tóxica, levando as vítimas a desmaiarem. O incêndio, ocorrido na manhã de ontem, em Coronel Sapucaia, a 400 km de Campo Grande, matou seis pessoas da mesma família, sendo três crianças.
Pela cidade, é forte o rumor de que a conveniência, assaltada por sete vezes, teria sido incendiada por criminosos. Também é versão corrente que havia vítimas amordaçadas.
De acordo com o delegado Leandro Costa de Lacerda Azevedo, a informação não procede, pois a vítimas foram carbonizadas. “Vamos investigar a possibilidade de ter sido algum tipo de material que tenha potencializado a fumaça tóxica, impedindo as vítimas de saírem do local. Foi muito rápido”, afirma. Como Coronel Sapucaia não tem delegado, ele foi deslocado de Amambai, cidade vizinha.
Na investigação, oito pessoas, entre vizinhos e familiares das vítimas, prestaram depoimento. Durante à tarde deste sábado, o delegado pretende ouvir mais cinco pessoas. A Polícia também mantém a apuração para averiguar se o incêndio foi criminoso. “O local do crime foi bastante violado pelos populares, o que dificulta também”, afirma Azevedo. No entorno, não há câmeras de segurança.
Morreram carbonizados dona do comércio, Rosângela dos Santos, de 50 anos; os filhos dela, Alejandro dos Santos, de 22 anos, e Vanussa dos Santos, de 26 anos; e os netos da comerciante, filhos de Vanussa, Thiago dos Santos, de 10 anos, Sabrina dos Santos, de 4 anos, e Stefani dos Santos, de 10 meses.
Segundo o delegado, as vítimas serão identificadas por meio de exame de DNA. Não há previsão de quando os seis corpos serão liberados pelo Imol (Instituto de Medicina e Odontologia Legal de Ponta Porã).
O único morador da casa que não estava no local do incêndio, o genro da dona do comércio, Edson da Silva, de 34 anos, ainda não foi ouvido pela Polícia. “Estamos aguardando o melhor momento para ouvi-lo”, diz o delegado. Ele era casado com Vanussa, com quem teve dois filhos.
A Prefeitura aguarda a liberação dos corpos para a realização do velório e sepultamento. “Será feito pela empresa que venceu licitação para prestar esse tipo de serviço”, afirma Jean Minardi, chefe de gabinete. Conforme ele, o poder público também ofereceu assistência psicológica para Edson, que recusou.