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Interior

Segundo Polícia Federal, prefeito de Corumbá não é alvo de investigação

Aline dos Santos | 31/05/2012 15:30

Os policiais passaram nove horas na prefeitura e também foram a hospital e empresas

Chefe da CGU, promotor e delegado participaram de entrevista coletiva. (Foto: Ricardo Albertoni/Diário Online)
Chefe da CGU, promotor e delegado participaram de entrevista coletiva. (Foto: Ricardo Albertoni/Diário Online)

O prefeito de Corumbá, Ruiter Cunha (PT), não é investigado pela PF (Polícia Federal). "O prefeito não é investigado, não é o foco da investigação. Nós não temos atribuição para investigar o prefeito nesse momento. Não temos autorização e nem atribuição", afirmou o delegado Alexandre do Nascimento em entrevista do Diário Online.

Hoje, a PF deflagrou a operação Decoada, que apura desvio de dinheiro público e direcionamento de licitações. A investigação contou com escutas telefônicas e análises de documentos.

Os policiais passaram nove horas na prefeitura de Corumbá. O local permaneceu fechado. Eles também foram ao hospital de Caridade e empresas de Corumbá, além da prefeitura de Ladário. Ao todo, foram quatro mandados de prisão temporária (válidos por cinco dias), 36 mandados de busca e apreensão e 28 de condução coercitiva.

Em Corumbá, foram presos o secretário de Finanças e Administração, Daniel Martins Costa; o ex-presidente da Fundação de Cultura e Turismo, Rodolfo Assef Vieira, que deixou o cargo para disputar as eleições; e a servidora Camila Campos Carvalho Faro. Em Campo Grande, foi preso o assessor de gabinete Carlos Porto.

O secretário de Finanças e Porto também foram afastados de suas funções. A lista dos afastamentos ainda inclui o secretário municipal de Saúde, Lauther Serra; diretor da Junta Interventora do Hospital de Caridade, Vitor Salomão Paiva; e os servidores Osana de Lucca, Márcio Androlage Chaves e Maria Vitória da Silva.

De acordo com o delegado, as prisões e afastamentos foram por indícios de participação no esquema para lesar os cofres públicos. Ainda não foi determinado o tamanho do prejuízo, contudo, as fraudes envolvem milhões de reais em recursos federais.

A ação foi um desdobramento da operação Questor, realizada em maio de 2011, na prefeitura de Ladário, cidade vizinha a Corumbá. Na investigação, conforme a CGU (Controladoria-Geral da União), descobriu-se que maioria das empresas envolvidas na Questor é, atualmente, fornecedora, algumas de forma exclusiva, da prefeitura de Corumbá.

Análise – De acordo com a chefe da CGU-MS (Controladoria-Geral da União), Janaína Gonçalves Theodoro de Faria, agora, será feita a análise do material apreendido. Uma equipe com 16 servidores da controladoria foi a Corumbá para auxiliar na seleção dos materiais. “Ajudamos a separar o material, porque não pode paralisar a prefeitura”, explica. O delegado, a chefe da CGU e o promotor Luciano Anechinni Lara Leite participaram de entrevista coletiva.

As investigações, que duraram mais de um ano, foram realizadas em conjunto pela Polícia Federal, MPF (Ministério Público Federal), CGU e MPE (Ministério Público Estadual).

A força-tarefa apontou a ocorrência de fraudes e direcionamentos em licitações, corrupção, desvio de recursos públicos e pagamentos de propina, com o envolvimento de servidores públicos municipais e empresários.

A operação foi batizada de Decoada em analogia ao fenômeno natural em que a vegetação local entra em decomposição na seca, reduzindo o oxigênio da água. Como a corrupção, que asfixia a população.

Participam dos trabalhos cerca de 100 policiais federais e quatro policiais da Força Nacional de Segurança Pública.

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