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Interior

Sem entender porquê, mãe acredita que vizinho planejou morte de adolescentes

Principal suspeito morava na rua debaixo da casa da família e havia saido da cadeia há 30 dias

Mirian Machado | 08/11/2021 17:18
Doze cápsulas deflagradas de pistola 9 mm foram encontradas no local do duplo homícidio. (Foto: Rio Brilhante em Tempo Real)
Doze cápsulas deflagradas de pistola 9 mm foram encontradas no local do duplo homícidio. (Foto: Rio Brilhante em Tempo Real)

Ainda tentando digerir a notícia da morte do filho e da nora, Anderson Menezes, 17 anos, e Letícia Rodrigues de Lima, 16, a mãe do garoto, Luciana Menezes, de 36 anos, ainda tentar saber o motivo para o assassinato do filho, de 17 anos, o mais velho dos irmãos. À reportagem, a mulher contou que mesmo sem saber o porquê matariam o adolescente, acredita que o crime tenha sido planejado.

Segundo ela, o principal suspeito, Claiton de Matos Ortiz, 36 anos, mora na rua debaixo da casa da família, que mesmo assim nunca teve envolvimento com ele. Luciana só descobriu que o homem havia saído da cadeia, quando o filho do suspeito foi até sua residência pedir um martelo emprestado para Anderson. A mulher entregou o objeto que foi devolvido no dia seguinte. A segunda vez que o viu, foi no sábado (6), dia que antecedeu o crime.

"Ele veio até em casa em um golzinho branco com o filho dele e uma mulher chamar meu filho para ajudar a descarregar uma mudança. Depois meu filho voltou pra casa, mas não chegou a relatar nada", contou.

Depois, Anderson foi pegar um dinheiro que tinha a receber de uns 'bicos' que faz como carpinteiro. Em seguida foi na casa da sogra, retornou para casa, tomou banho e disse que iria jantar na casa do suspeito. "Meu filho é adolescente e toma remédio controlado. Não era uma pessoa ruim, fazia tudo o que todo mundo pedia. Cheguei a avisar que ele não conhecia aquele homem", explicou a mãe ainda muito abalada.

"Eu também quero saber o porquê fizeram isso. Eles planejaram fazer isso com ele", lamenta.

Casa onde ocorreu o duplo homicídio na madrugada de domingo. (Foto: Direto das Ruas)
Casa onde ocorreu o duplo homicídio na madrugada de domingo. (Foto: Direto das Ruas)

A mãe não acredita que droga seja um dos motivos. Ela explicou que Anderson chegou a usar entorpecente, mas após o casamento com Letícia parou. "Creio que não seja isso. Ele [suspeito] ja matou outros dois, uma criança e agora meu filho e minha nora. Eu quero Justiça pelo meu filho", clama.

O delegado responsável pelo caso, Alexandre Neves da Silva Júnior, informou que até o momento ninguém foi preso, porém as diligencias continuam. Dentre as linhas de investigação, não descarta que o crime tenha sido planejado, mas detalhes ainda não podem ser divulgados para não atrapalhar o caso.

Outras pessoas que estavam na casa do suspeito também são procuradas pela polícia.

Casal foi morto na madrugada de domingo dentro da residência do suspeito (Foto: Rio Brilhante em Tempo Real)
Casal foi morto na madrugada de domingo dentro da residência do suspeito (Foto: Rio Brilhante em Tempo Real)

Crime- O caso aconteceu na madrugada deste domingo (7), em uma residência na Rua Adroaldo Benito Bissacoti, no Bairro João Zardo, em Rio Brilhante. As vítimas foram assassinadas com disparos de pistola 9mm.

Anderson foi encontrado caído na varanda, atingido por cerca de quatro perfurações, no olho, queixo, peito e abdômen. No quarto dos fundos, foi localizada Letícia, caída em meio a uma poça de sangue. Ela foi assassinada com cinco disparos, nas mãos, cabeça e peito.

Uma testemunha disse à polícia que chegou ao local por volta de 1 hora, encontrou o portão aberto e a casa revirada com cadeiras caídas e as vítimas mortas. Na parte externa do imóvel, há câmeras de segurança. As imagens flagraram a movimentação no quintal e a fuga das pessoas que estavam no local, inclusive, de Claiton, dono da casa. Ele fugiu em um Volkswagen Gol.

Há um mês, Claiton saiu da cadeia, onde cumpriu pena de nove anos por ter matado os irmãos Eudes Sarate de Lima, 49 anos, e Edemilson Sarate de Lima, 44 anos, em 2012. O crime ocorreu em um barraco às margens da BR-163. Na ocasião, as vítimas foram assassinadas também com vários tiros de pistola 9mm.

Dois anos antes, em dezembro de 2010, Victor Ortiz, 49 anos, pai de Claiton, foi fuzilado no lugar dele, no assentamento Lago Azul.

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