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Interior

Vereador registra ocorrência e polícia abre inquérito sobre injúria racial

Helio de Freitas, de Dourados | 07/06/2016 15:48
Aguilera de Souza com o delegado Lupércio Degerone (Foto: Thiago Morais/Divulgação)
Aguilera de Souza com o delegado Lupércio Degerone (Foto: Thiago Morais/Divulgação)

O vereador Aguilera de Souza (PMDB) registrou na manhã desta terça-feira (7) um boletim de ocorrência na Delegacia Regional da Polícia Civil de Dourados, cidade a 233 km de Campo Grande, para denunciar suposto ato de injúria racial, ocorrido durante a sessão da Câmara Municipal na noite anterior.

A queixa foi oficializada após Aguilera e outros vereadores conversarem com o delegado regional da cidade, Lupércio Degerone, que determinou a instauração de inquérito para apurar o caso.

O vereador, que é índio da etnia guarani-nhandeva, disse que o ato discriminatório ocorreu durante a votação do projeto sobre a renovação da concessão com a Sanesul, aprovado por 15 votos a 3. Aguilera votou favorável.

Aguilera disse ao delegado que logo após apresentar seu voto, um manifestante presente nas galerias da Câmara o ofendeu ao pronunciar a frase “até o índio votou”. Outros vereadores e pessoas presentes na sessão ouviram a frase e interpretaram a atitude do manifestante como “ato discriminatório”.

Se sentindo constrangido, Aguilera informou que tomou a decisão de denunciar o fato à polícia para incentivar o combate a qualquer tipo de discriminação, seja racial, social, política, religiosa ou de gênero.

“Trata-se de uma situação constrangedora, uma total falta de respeito, uma afronta à dignidade de qualquer cidadão e que não pode ser permitida. Espero que a polícia identifique o autor deste ato infeliz e impensado e o responsabilize de acordo com o que a lei prevê”.

O vereador Madson Valente (DEM) prestou depoimento à polícia como testemunha de acusação. Ele disse ao delegado que presenciou o momento em que o manifestante teria ofendido Aguilera.

“Fiz questão de apoiar o Aguilera e testemunhar por se tratar de um ato inaceitável, deprimente e condenável. Toda prática de preconceito e discriminação precisa ser combatida, ainda mais por se tratar de um fato ocorrido dentro de uma casa de leis”, afirmou Valente.

Lupércio Degerone informou que vai requisitar os áudios e imagens do sistema interno da Câmara para tentar caracterizar o ato discriminatório e identificar autor.

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