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Cidades

No 1º dia, cobrança de pedágio na 163 tem de reclamação a entusiamo

Aline dos Santos | 14/09/2015 13:55
Praças de pedágio começaram a cobrar nesta segunda-feira.  (Foto: Fernando Antunes)
Praças de pedágio começaram a cobrar nesta segunda-feira. (Foto: Fernando Antunes)
"Só de não ver o Dnit medindo pedacinho de buraco já é uma alegria", afirma Salomão. (Foto: Fernando Antunes)
"Só de não ver o Dnit medindo pedacinho de buraco já é uma alegria", afirma Salomão. (Foto: Fernando Antunes)
"Pelo menos eu estou pagando uma coisa e vendo que tem retorno para mim", diz Ivan Vieira. (Foto: Fernando Antunes)
"Pelo menos eu estou pagando uma coisa e vendo que tem retorno para mim", diz Ivan Vieira. (Foto: Fernando Antunes)

O primeiro dia de cobrança de pedágio na BR-163, repassada à iniciativa privada no ano passado, foi de reações entusiásticas à preocupação com o novo custo para circular pela via de 847 km, que liga o Estado de Norte a Sul.

“Só de não ver o Dnit medindo pedacinho de buraco já é uma alegria. Às vezes a gente reclama do preço do pedágio, mas a estrutura que ele nos proporciona é muito grande. Tem socorro, tem guincho”, afirma o pastor Salomão Pimenta, 58 anos. Ele mora em Londrina mas, por motivo do trabalho, está sempre de passagem pela rodovia com destino ao vizinho Mato Grosso.

“Faz 35 anos que passo nessa estrada. Antes, com os buracos, não dava para andar a 60km/h. A rodovia melhorou e fica melhor para nós cobrarmos”, diz. Antes da concessão, o responsável pela BR era o Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes).

Para quem passa pela praça de pedágio, no sentido de quem vai de Campo Grande a São Paulo, a 10 km do distrito de Anhanduí, a obra de duplicação de trecho de 3 quilômetro, logo à frente, anima quem pagou R$ 7,20 para utilizar a via.

“Tem a segurança, a assistência, a duplicação da via que está surgindo. A gente não se importa em pagar desde que tenha retorno. A gente paga tanta coisa e não tem retorno de nada. As estradas de São Paulo têm pedágios e são excelentes”, afirma o advogado Ivan Vieira, 66 anos, que viaja frequentemente para Amambai.

Ele avalia que o custo com as praças de pedágios podem ser diluídos. “Vai com velocidade mais constante. O tempo que você ganha e o combustível, está excelente. A gente se vira em dinheiro, trabalha, arruma. Pelo menos eu estou pagando uma coisa e vendo que tem retorno para mim”, salienta o advogado.

"A cobrança é muito alta", reclama o caminhoneiro Luiz. (Foto: Fernando Antunes)
"A cobrança é muito alta", reclama o caminhoneiro Luiz. (Foto: Fernando Antunes)
"Para quem mora aqui, o custo está bem pesado, diz a comerciante Thaís. (Foto: Fernando Antunes)
"Para quem mora aqui, o custo está bem pesado, diz a comerciante Thaís. (Foto: Fernando Antunes)

Na direção de uma carreta nove eixos, que paga pedágio de R$ 64,99 para passar pelo ponto de cobrança perto de Anhanduí, o caminhoneiro Luiz Mateus Filhos, 55 anos, reclama do preço. O custo é arcado pela empresa e o veículo, inclusive, passa “direto”, sem passar pelos guichês. “A cobrança é muito alta. Achei que ia ser o mesmo valor do pedágio da 101, em Santa Catarina, que é de R$ 2 por eixo. E a pista é melhor do que essa, porque é dupla”, diz.

Com a concessão da rodovia, a comerciante Thaís Cristina Alves de Lima, 24 anos, viu o custo do rotineiro deslocamento do distrito ao centro comercial de Campo Grande encarecer e terá que deixar o ponto de vendas de produtos às margens da BR-163. “Para quem mora aqui, o custo está bem pesado. E deram dois anos para a gente sair”, diz. A expectativa é que seja criado um centro comercial no distrito.

As nove praças de pedágio foram instaladas em Mundo Novo (km 28,2); Itaquiraí (km 113,2); Caarapó (km 227,9); Rio Brilhante (km 313,7); Campo Grande (km 432,1); Jaraguari (km 533,8); São Gabriel do Oeste (km 603,4); Rio Verde de Mato Grosso (km 703,5) e Pedro Gomes (km 817,8). Os valores da tarifa básica para veículos de passeio variam entre R$ 4,70 e R$ 7,20, dependendo da praça. Os veículos comerciais pagam a tarifa básica, multiplicada pelo número de eixos.

O pagamento nas praças de pedágio deve ser feito por meio de dinheiro ou cheque. Não são aceitos cartões de débito ou crédito. No mês passado, a concessionária CCR MS Vias entregou os primeiros trechos de duplicação, que totalizam cerca de 90 quilômetros de extensão, atendendo à exigência contratual de concluir pelo menos 10% de duplicação da rodovia. O investimento foi de R$ 730 milhões em obras, serviços, equipamentos e mão de obra.

A ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) autorizou a cobrança em 4 de setembro. A concessionária estima que, aproximadamente, 50 mil veículos devem passar nos nove pedágios da rodovia, sendo arrecadado uma receita de R$ 30 milhões mensais. Do total, 5% será revertido para os 21 municípios às margens da BR-163.

Valores da tarifa  para veículos de passeio variam entre R$ 4,70 e R$ 7,20.(Foto: Fernando Antunes)
Valores da tarifa para veículos de passeio variam entre R$ 4,70 e R$ 7,20.(Foto: Fernando Antunes)
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