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Cidades

PF procura filho de Beira-Mar em MS; traficante pode voltar a Campo Grande

'Fernandinho' comandava quadrilha de dentro da Penitenciária Federal de Porto Velho (RO), onde está preso há 11 anos

Luana Rodrigues | 24/05/2017 15:26
Agentes chegam à sede da PF com malotes apreendidos na ação (Foto: Cristina Boeckel / G1)
Agentes chegam à sede da PF com malotes apreendidos na ação (Foto: Cristina Boeckel / G1)

Um dos filhos de Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, ainda está sendo procurado pela Polícia Federal em Mato Grosso do Sul. O homem, que não teve a identificação divulgada, está com prisão decretada desde o início da Operação Epístolas, deflagrada na manhã desta quarta-feira (24), mas ainda não foi localizado.

Pela manhã, a mulher de Beira-mar, Jacqueline Alcântara de Moraes, teria sido transferida do Presídio Federal de Campo Grande para Porto Velho (RO), onde estão concentradas as investigações. Porém, a informação ainda não foi confirmada pela PF.

Em entrevista coletiva realizada pelos federais no Rio de Janeiro, às 11h de hoje, os delegados responsáveis pela operação explicaram como funciona o esquema que, segundo eles, Fernandinho comandava de dentro da Penitenciária Federal de Porto Velho (RO), onde está preso há 11 anos.

De acordo com a Polícia Federal, Fernandinho Beira-Mar ampliou seus negócios, que agora vão além do tráfico. Máquinas de caça-níquel, venda de botijões de gás, cesta básica, mototáxi, venda de cigarros e até o abastecimento de água em comunidades no município de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, era comandadas pela quadrilha.

Principal meio de comunicação de Beira-Mar é por intermédio de bilhetes (Foto: Reprodução)
Principal meio de comunicação de Beira-Mar é por intermédio de bilhetes (Foto: Reprodução)

As coordenadas eram passadas por Fernandinho à organização criminosa por meio de mensagens escritas a mão em papel, que depois eram digitadas e encaminhadas por aplicativos de celular e email.

No total, 10 parentes do traficante tiveram a prisão decretada. Alessandra da Costa, irmã e advogada do traficante e apontada como sua conselheira, foi presa onde mora, em um condomínio de luxo no bairro Vinte e Cinco de Agosto, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Contra ela havia um mandado de prisão por organização criminosa e lavagem de dinheiro.

Cinco filhos de Beira-Mar presos são: Taiuã Vinícius da Costa, Thuany Moraes da Costa, Luan Medeiros da Costa, Felipe Alexandre da Costa e Marcelo da Costa. Felipe da Costa Lira, braço-direito de Beira-Mar, foi detido no Ceará, segundo a PF.

Até a última atualização da reportagem, houve apreensão de R$ 100 mil em espécie, cestas básicas e cigarros, mais de uma centena de unidades de cada.

Todas as apreensões citadas ocorreram no município de Duque de Caxias. Foram presas 24 pessoas, sendo 14 apenas no estado do Rio de Janeiro.

Transferência - Beira-Mar foi ouvido pela Polícia Federal, por volta das 11h, dentro do presídio em Rondônia. Nesta tarde, ele deve chegar em Brasília, onde ficará na sede da PF até ser definida a transferência para outro presídio federal.

Ainda não há nada confirmado, mas Beira-Mar pode ser levado para a Penitenciária Federal de Campo Grande, um dos quatro presídios federais do país, onde ele já ficou preso, de 2007 a 2010.

Em condenações, o traficante acumula penas que somam quase 320 anos de prisão em crimes como tráfico de drogas, formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e homicídios.

Em 2015, o criminoso foi condenado a 120 anos de prisão apontado como responsável liderar uma guerra de facções, em 2002, dentro do presídio de segurança máxima Bangu 1, no Complexo Penitenciário de Gericinó, na Zona Oeste do Rio, quando quatro rivais foram assassinados. Beira-Mar tem 15 condenações.

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