Poder público gasta R$ 204 mil por mês com aluguéis de prédios desocupados
São R$ 194 mil somente com o espaço onde funcionava o Centro Pediátrico, mais R$ 10,5 mil para futura central do Vale Renda
Governo estadual e Prefeitura de Campo Grande gastam pelo menos R$ 204,6 mil com locação de prédios que, atualmente, não são ocupados pelo poder público. É o caso do local que vai abrigar a nova sede de atendimento dos beneficiários do programa Vale Renda, pela Sedhast (Secretaria de Estado de Direitos Humanos e Assistência Social), e o que abrigou o Cempe (Centro Pediátrico Municipal), por parte do Executivo Municipal.
No caso do prédio alugado pelo governo, localizado na Avenida Ernesto Geisel, o Executivo Estadual paga, desde julho passado, R$ 10,5 mil, ao mês, ou seja, R$ 52,5 mil, no total, mas ainda não começou a ocupar o espaço.
De acordo com a imobiliária Morais dos Santos Empreendimentos e Administração de Imóveis, de propriedade da pastora Janete Morais, responsável pelo prédio, o aluguel foi firmado em 10 de julho de 2015, em um contrato de 12 meses, que pode ser renovado.
Conforme a justificativa do governo, o local, mesmo depois de alugado, está vazio porque o Executivo Estadual precisou fazer uma série de adequações para abrigar a estrutura do programa. De julho para cá, ainda segundo a Sedhast, foram lançadas licitações para instalação de linha telefônica e de internet, por exemplo, além de outros reparos. No entanto, garante que o espaço será inaugurado, já com o atendimento disponível, a partir de sexta-feira (15).
Já com relação aos gastos da Prefeitura de Campo Grande, ainda está pendente o contrato de aluguel do Cempe, que funcionava na Avenida Afonso Pena. Neste caso, estão atrasados quatro meses do aluguel de R$ 194.150,00.
O secretário municipal de Finanças, Disney de Souza, confirmou a situação e disse que o Executivo Municipal elencou prioridades, desde que Alcides Bernal (PP) reassumiu o Paço Municipal, mas que, a partir de março, devem ser inciadas as tratativas para sanar dívidas com fornecedores, como é o caso do Cempe.
Da criação ao fechamento, em outubro de 2015, o Centro Pediátrico foi tomado por polêmica. MPE-MS (Ministério Público Estadual de Mato Grosso do Sul), inclusive, ingressou com ação pública pedindo ao ex-prefeito de Campo Grande, Gilmar Olarte (PP), a devolução de R$ 211,8 mil, gastos irregularmente. Isto porque, a unidade de saúde foi criada durante sua gestão, sob críticas e falta de autorização do Conselho Municipal de Saúde. Na ocasião, o órgão afirmou que o ex-gestor, sem justificativa, fez um acréscimo de 10% no valor pago mensalmente ao grupo privado.
Procurado, o proprietário do prédio, Mafuci Kadri, não quis comentar sobre o contrato com o Executivo Municipal e disse que “não existe nenhum atrito” e que a situação “será resolvida”.