O 1º hotel de Campo Grande e uma história mal assombrada
Por volta de 1.880, só existiam oito casas em C.Grande. As raras pessoas que por aqui passavam não dispunham de um abrigo para se hospedar. Improvisavam, montando acampamentos, dormindo em barracas ou em seus carros de boi. Com o passar do tempo, aumentando o número de casas, os viajantes passaram a se hospedar em casa de parentes ou conhecidos. A chácara da senhora Ana Novais, onde foi o Colégio Oswaldo Cruz, se tornou o primeiro lugar a receber viajantes cobrando pela estadia. O local era estratégico, ficava próximo ao Córrego Segredo, que servia tanto para o gado beber água como para os viajantes tomarem banho. Essa chácara-hotel tinha um amplo “estacionamento”, onde os carros de boi eram guardados.
A estrada de Manoel da Costa Lima e o Hotel Democrata.
Em 1.906, a chegada da estrada construída por Manoel da Costa Lima, ligando C.Grande à atual Bataguassu, facilitou as viagens das grandes comitivas de gado. A compra e venda de bovinos impulsionou a cidade. Pouco depois, era a vez da dos trilhos, em 1.914, darem o impulso para outro surto de desenvolvimento. É nesse clima benfazejo que um fazendeiro de Coxim, chamado Manuel Joaquim de Carvalho, veio a C.Grande para exercer o cargo de Juiz de Paz. Notando o fluxo de pessoas percebeu a necessidade de um estabelecimento para o repouso dos viajantes. Foi assim que ele construiu o Hotel Democrata talvez em 1.912, quando existiam tão somente 500 moradores na cidade.
Um local mal-assombrado.
O Democrata foi construído na Rua do Padre. A principio era de madeira, um pouco mais tarde, devido ao sucesso, foi reconstruído com alvenaria. Típico das construções portuguesas, seu interior era escuro e baixo, com escada de tábuas e quartos pequenos. Essa rua é a atual travessa Lídia Baís, entre a Calógeras e a XV de novembro, onde se localiza a igreja Santo Antônio. Com o decorrer dos anos foi desativado, tornando-se a residência do senhor Salustiano da Costa Lima, filho do pioneiro-heróico Manoel da Costa Lima. Enquanto viveu nessa casa, Salustiano dizia que a casa era mal-assombrada. Na década de 1.980, foi demolida.
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