O Come-Língua, o Pé-de-Garrafa e o Dono dos Porcos: lendas pantaneiras
Ainda que ninguém se preocupe em preservar nossas lendas, a região pantaneira é repleta de todo tipo de monstro e assombração. De protetores das matas e animais gigantescos a fantasmas que vagam pelos campos e rios assustando as pessoas e praticando maldades, o que não falta são criaturas fantásticas.
O Come-Língua.
O Come-Língua, por exemplo, é um menino que, por contar muitas mentiras, foi praguejado pela mãe. Ela dizia que a língua do garoto cairia de tanta balela que ele inventava. O fato é que no dia em que ele morreu, o cadáver foi encontrado sem língua. Desde então, o fantasma dele corre os campos com a boca ensanguentada, arrancando línguas de animais para ver se alguma lhe serve.
O Pé-de-Garrafa.
Vive no Pantanal o terrível Pé-de-Garrafa. Quem com ele topou e sobreviveu garante que é um criatura horrenda, meio homem e meio bicho, com apenas um pé, em formato de garrafa. Também tem o corpo cheio de pelos, menos na área do umbigo, seu único ponto frágil. Ele anda aos pulos, deixando a marca do fundo da garrafa no chão, e é incapaz de emitir qualquer palavra, apenas longos assobios, que podem hipnotizar pessoas. Suas vitimas, atraídas para uma caverna pelos assobios, acabam devoradas até os ossos pelo monstrinho.
Dono dos Porcos e Anta Fantasma, os protetores do Pantanal.
Causa-me muita estranheza que nenhum artista ou intelectual promova a lenda do Dono dos Porcos. Ele é o protetor do Pantanal. Surgido na Nhecolândia, anda pelo território pantaneiro preservando suas matas e animais. É um lutador. E tem uma companheira de embates. A Anta Fantasma, animal gigantesco que ajuda os pantaneiros, mas quando irritada é capaz de devorar quem a irrita.
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