O opulento casamento de Joaquim e Maria, o 1º de CG
Joaquim Cecílio era da estirpe dos Costa Lima, uma das maiores e mais importante de nossa história. Essa é a família de Manoel da Costa Lima, um pioneiro-herói da construção da estrada que nos liga a Bataguassu. Joaquim conheceu Maria na “Pastinho”, sua fazenda nas proximidades da atual Campo Grande. Não demorou muito para Joaquim encantar-se com Maria e pedi-la em casamento.
O enxoval de Maria.
O enxoval da noiva, como de costume, ficou a cargo de sua mãe, uma goiana. Era tudo artesanal, confeccionado no tear da casa. Também encomendaram, com os compradores-vendedores de gado, tecidos de seda branca para fazer o vestido e todos os aviamentos necessários: filó para o véu, par de sapatos brancos, fitas, linhas e agulhas de todo tipo. Também adquiriram muitos fogos de artificio para a festa nupcial. Na mesma encomenda vieram sacos de trigo, latas de doce de coco e outros doces.
Colchões e travesseiros feitos de sacos de batata.
Os lençóis, toalhas e panos de prato do enxoval eram bordados. Alvejavam os sacos de alimentos que serviam como tecido para fazer colchões e travesseiros que eram enchidos com palha desfiada e descaroçada de milho. Outros, eram preenchidos com capim, paina ou penas de peito de galinhas.
Casório na igreja de Santo Antônio.
Maria e Joaquim casaram-se em 1.886, na igreja de Santo Antônio, que o noivo ajudara a construir com José Antônio Pereira. Após a cerimônia religiosa, realizou-se grande festa sob uma espécie de paliçada, erguida no quintal dos pais da noiva. Não faltaram inúmeros bancos e mesas de madeira sobre cavaletes, tocadores e cantadores de moda de viola e de catira - dança essencialmente masculina.
A comilança.
Serviram comida farta. Linguiça, carne de vaca, de porco, frango, leitão a pururuca e muitos mais. Mandioca e paçoca doce de amendoim eram obrigatórios. Também tinha paçoca salgada - feita de carne seca socada na farinha - doces de frutas diversas, de legumes e de leite - outro item obrigatório. Bolo, rapadura e melado “de dedo” com queijo branco eram outras opções.
Os presentes ganhos.
Os noivos ganharam presentes úteis. Animais domésticos, um carro de boi, panelas de ferro, tachos de cobre, imagens de santos, moringas e canecas, castiçais, um filtro da marca Fiel, sacos de mantimentos e tecidos. Enfim, um sem-número de utilidades domésticas. Joaquim havia adquirido louças de porcelana inglesa e portuguesa, talheres de prata, copos e taças de cristal da Boêmia, móveis importados, uma cama de casal de ferro trabalhado e um relógio de parede estrangeiro. Todos adquiridos via Paraguai. É provável que outros casamentos tenham antecedido o de Joaquim e Maria, mas nenhum passou para a história.
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