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Em Pauta

O opulento casamento de Joaquim e Maria, o 1º de CG

Por Mário Sérgio Lorenzetto | 14/03/2025 08:00
O opulento casamento de Joaquim e Maria, o 1º de CG

Joaquim Cecílio era da estirpe dos Costa Lima, uma das maiores e mais importante de nossa história. Essa é a família de Manoel da Costa Lima, um pioneiro-herói da construção da estrada que nos liga a Bataguassu. Joaquim conheceu Maria na “Pastinho”, sua fazenda nas proximidades da atual Campo Grande. Não demorou muito para Joaquim encantar-se com Maria e pedi-la em casamento.


O opulento casamento de Joaquim e Maria, o 1º de CG

O enxoval de Maria.

O enxoval da noiva, como de costume, ficou a cargo de sua mãe, uma goiana. Era tudo artesanal, confeccionado no tear da casa. Também encomendaram, com os compradores-vendedores de gado, tecidos de seda branca para fazer o vestido e todos os aviamentos necessários: filó para o véu, par de sapatos brancos, fitas, linhas e agulhas de todo tipo. Também adquiriram muitos fogos de artificio para a festa nupcial. Na mesma encomenda vieram sacos de trigo, latas de doce de coco e outros doces.


O opulento casamento de Joaquim e Maria, o 1º de CG

Colchões e travesseiros feitos de sacos de batata.

Os lençóis, toalhas e panos de prato do enxoval eram bordados. Alvejavam os sacos de alimentos que serviam como tecido para fazer colchões e travesseiros que eram enchidos com palha desfiada e descaroçada de milho. Outros, eram preenchidos com capim, paina ou penas de peito de galinhas.


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Casório na igreja de Santo Antônio.

Maria e Joaquim casaram-se em 1.886, na igreja de Santo Antônio, que o noivo ajudara a construir com José Antônio Pereira. Após a cerimônia religiosa, realizou-se grande festa sob uma espécie de paliçada, erguida no quintal dos pais da noiva. Não faltaram inúmeros bancos e mesas de madeira sobre cavaletes, tocadores e cantadores de moda de viola e de catira - dança essencialmente masculina.


O opulento casamento de Joaquim e Maria, o 1º de CG

A comilança.

Serviram comida farta. Linguiça, carne de vaca, de porco, frango, leitão a pururuca e muitos mais. Mandioca e paçoca doce de amendoim eram obrigatórios. Também tinha paçoca salgada - feita de carne seca socada na farinha - doces de frutas diversas, de legumes e de leite - outro item obrigatório. Bolo, rapadura e melado “de dedo” com queijo branco eram outras opções.


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Os presentes ganhos.

Os noivos ganharam presentes úteis. Animais domésticos, um carro de boi, panelas de ferro, tachos de cobre, imagens de santos, moringas e canecas, castiçais, um filtro da marca Fiel, sacos de mantimentos e tecidos. Enfim, um sem-número de utilidades domésticas. Joaquim havia adquirido louças de porcelana inglesa e portuguesa, talheres de prata, copos e taças de cristal da Boêmia, móveis importados, uma cama de casal de ferro trabalhado e um relógio de parede estrangeiro. Todos adquiridos via Paraguai. É provável que outros casamentos tenham antecedido o de Joaquim e Maria, mas nenhum passou para a história.

 

Os artigos publicados com assinatura não traduzem necessariamente a opinião do portal. A publicação tem como propósito estimular o debate e provocar a reflexão sobre os problemas brasileiros.

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