Os primeiros criminosos de Campo Grande. Feminicídio
A primeira história de um crime ocorrido em Campo Grande está envolta em mistério. Durante a Guerra do Paraguai, em 1.867, o coronel Carlos de Morais Camisão assumiu o comando da força expedicionária brasileira. Fazia parte de sua guarda um homem de Poconé denominado João Nepomuceno. Era tido como quieto, metido a valentão e de índole ruim. Nepomuceno casou-se com Maria Abranches e foram viver em um lugar ermo lá pelos lados da Serra de Maracajú. Vieram achar nas terras onde atualmente é C.Grande o local que sonhavam viver. Ergueram um ranchinho provisório, derrubaram mato para uma rocinha e semearam grãos.
Bala no desconhecido!
Vivam à custa de caça e dos grãos colhidos. Já a família Pereira, a que fundou C.Grande, tem outra versão. Diz que Nepomuceno vivia em Camapuã antes de vir para estas terras. Passado algum tempo, Nepomuceno vendeu suas terras para Manuel Vieira de Sousa e mudou-se para um lugar bem nos confins de C.Grande. Algum tempo depois, chegou uma denúncia de que João Nepomuceno havia matado, na beira de um córrego, um morador, e nunca mais dele se falou.
Feminicídio, o primeiro crime documentado.
Cinco criminosos se declararam viver em C.Grande. Entre os primeiros criminosos, aparecem dois mineiros, dois goianos, dois paraguaios e um professor residente no Rio de Janeiro. Tinha de ser. Esta é uma terra de “machões”, os mais “fodônicos” do Centro-Oeste. O primeiro crime documentado ocorrido em C.Grande foi cometido em 21 de setembro de 1.889, por Adriano Ferreira da Silva. O machão deu doze facadas em Francisca Borges da Conceição, sua mulher.
O que aconteceu com o macho-man?
O inquérito que se seguiu ao crime começou no dia seguinte. Foi feito um exame de corpo de delito em Francisca, realizado na casa de um particular. Seis dias depois do crime, o subdelegado Joaquim Vieira de Almeida mandou remeter os autos ao promotor publico, após ter ouvido quatro testemunhas. Os autos foram recebidos pelo juiz já com a denuncia do promotor poucos dias depois. Esse processo nunca foi concluído. Ficou parado nas mãos do juiz.
Roubou o cavalo.
O segundo crime cometido e documentado em C.Grande foi o roubo de um cavalo. José Pereira Martins queixou-se ao subdelegado que seu cavalo teria sido furtado por Francisco Rodrigo Coimbra. Foram ouvidas quatro testemunhas e mandaram o processo ao juíz. Tal como o caso do feminicídio, o processo nunca foi concluído.