A tecnologia é uma ferramenta. Apenas uma ferramenta!
O uso excessivo da tecnologia, especialmente no contexto do uso de dispositivos digitais e redes sociais, pode estar associado a uma série de problemas de saúde, física e mental, entre crianças e adolescentes. O impacto profundo na vida de crianças e adolescentes, pode trazer tanto aspectos positivos quanto negativos.
Como aspectos positivos, podemos citar:
1. Acesso à Informação: as crianças e adolescentes têm acesso a uma vasta quantidade de informações, o que facilita a aprendizagem e a pesquisa sobre diversos assuntos.
2. Habilidades tecnológicas: o uso da tecnologia ajuda a desenvolver habilidades digitais essenciais para o futuro, incluindo programação, edição de vídeo e design gráfico.
3. Conexão social: plataformas digitais permitem que jovens se conectem e se comuniquem com amigos e familiares, independentemente da distância.
4. Educação online: ferramentas de aprendizado online oferecem oportunidades de ensino personalizadas e acessíveis, que podem complementar o aprendizado convencional.
5. Criatividade: a tecnologia proporciona diversas plataformas para expressão criativa, como redes sociais, blogs e aplicativos de design.
Já os aspectos negativos:
1. Dependência e vício: o uso excessivo de dispositivos pode levar à dependência, afetando a saúde mental e o bem-estar social das crianças. Provocando o isolamento social que pode reduzir interações presenciais, que é um fator de risco para problemas de saúde mental. A sobrecarga de acessos gera estresse e ansiedade, afetando o bem-estar emocional das crianças e adolescentes.
2. Distúrbios no sono: o uso de tecnologia antes de dormir pode interferir nos padrões de sono, resultando em fadiga e falta de concentração.
3. Cyberbullying: a interação online pode aumentar o risco de bullying e assédio, com consequências sérias para a saúde emocional das vítimas.
4. Exposição a conteúdo Inadequado: sem supervisão adequada, as crianças podem ser expostas a conteúdos inadequados, violentos ou prejudiciais na internet.
5. Isolamento social: apesar da conexão virtual, o uso excessivo de tecnologia pode reduzir interações face a face, levando ao isolamento social.
No caso do isolamento social, a interferência familiar pode:
- Promover um equilíbrio saudável entre o uso de tecnologia e atividades físicas ou sociais.
- Estabelecer regras claras sobre o tempo de tela e a supervisão de conteúdos acessados.
- Incentivar atividades criativas e educacionais que utilizem tecnologia de forma construtiva.
- Estimular bons hábitos alimentares e a prática esportiva.
O equilíbrio e a supervisão atenta são fundamentais para maximizar os benefícios e minimizar os riscos associados à tecnologia na vida de crianças e adolescentes.
A relação entre o uso excessivo de tecnologia e a saúde dos adolescentes é complexa e multifacetada. É essencial abordá-la de maneira holística, considerando fatores sociais, emocionais e físicos.
Assim, a convivência familiar é um fator crucial na formação da inteligência emocional, com a capacidade de moldar comportamentos, promover empatia e incentivar a comunicação eficaz. Famílias que investem no desenvolvimento emocional de seus membros tendem a criar um ambiente mais saudável e equilibrado emocionalmente, formando pessoas com maior capacidade de adaptação aos ambientes competitivos e diversos da convivência humana.
A educação escolar desempenha um papel primordial na diminuição dos efeitos negativos da Internet sobre crianças e adolescentes. Aqui estão algumas maneiras pelas quais a educação pode contribuir para isso:
Literacia digital: ensinar aos alunos como usar a Internet de forma segura e responsável é fundamental. Isso inclui o entendimento sobre privacidade, segurança online e a importância de verificar a veracidade das informações.
Prevenção e conscientização: as escolas podem promover programas de conscientização sobre cyberbullying, ensinando os alunos a reconhecer, evitar e responder a situações de assédio online.
Educação socioemocional: a educação que enfatiza habilidades socioemocionais pode ajudar os alunos e alunas a compreenderem o impacto de suas ações online e a desenvolverem empatia em relação aos outros.
Trabalhar a análise crítica: incentivar os alunos a pensarem criticamente sobre o conteúdo que consomem online (como notícias, vídeos e postagens em redes sociais) ajuda a combater a desinformação e a formação de opiniões baseadas em fatos sem comprovação.
Nessa mesma lógica, a escola pode trabalhar o desenvolvimento da empatia e o engajamento social com atividades que promovam interação face a face, como esportes, clubes e voluntariado, pois além de ser possível contrabalançar o tempo gasto online, os alunos e alunas desenvolvem habilidades sociais. E para reforçar o aprendizado nas escolas, seria interessante o envolvimento dos pais com programas sobre o uso seguro da Internet que promovem conversas abertas em casa.
Um ambiente escolar que promova não apenas a aprendizagem acadêmica, mas também a educação digital e emocional, pode ajudar a equipar crianças e adolescentes com as ferramentas necessárias para navegar na Internet de maneira saudável. Isso pode reduzir significativamente os efeitos negativos associados ao uso imprudente da tecnologia.
Como dizem os jovens: fica a dica!
(*) Carlos Alberto Rezende é conhecido como Professor Carlão.
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