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Manoel Afonso

Hipocrisia e política: inseparáveis e dependentes

Manoel Afonso | 11/08/2023 08:39

‘MANDACHUVA?’: Mirando o Senado, o deputado Vander Loubet (PT) é nosso representante de maior peso junto ao Governo Lula. Ele é o grande interlocutor pela anunciada conclusão da UFN3 de Três Lagoas, a duplicação da Br-262 (Campo Grande a Três Lagoas) e a construção do acesso à ponte na Rota Bioceânica. Para Lula companheiro é companheiro!

REALIDADE: Mato Grosso do Sul – entra governo sai governo – continua sendo uma estrela menor na constelação nacional. Tem apenas 8 deputados federais e um PIB que pouco representa para a União. Pantanal e agronegócio são duas obsessões que nós criamos para nossos argumentos de consumo - mas sem peso votos e peso político.

FESTA & VOTOS: Sem dúvida, a programação das festividades do aniversário da capital trazendo a exposição pública da gestão da prefeita Adriane Lopes agregada a  sua imagem cada vez mais popular. Quem foi à Explanada da Ferroviária no lançamento das comemorações pode sentir que a musculatura política da prefeita não é artificial.

HIPOCRISIA: Exemplo inglês: O então líder do Partido Conservador deputado David Cameron ia de bicicleta ao Parlamento para defender sua política ambientalista.   Finalmente um dia ele foi desmascarado. Enquanto pedalava, seguia atrás dele uma viatura oficial - e que como outros carros enchia Londres de monóxido de carbono.

THOMAS SOWELL: “Políticos mentem porque a população se sente melhor assim. Quando as pessoas querem o impossível, somente os mentirosos demagogos podem satisfazê-las. Quem não entende o completo cinismo que existe na política não entende nada de política. ”

DUAS VERDADES: A política é quase tão excitante como a guerra e não menos perigosa. Na guerra a pessoa só pode ser morta uma vez, mas na política diversas vezes. (Winston Churchill) Em política, a comunhão de ódios é quase sempre a base das amizades. (Charles Tocqueville).

SEM SENSO: Após o insucesso tentando mediar a guerra Moscou-Kiev, Lula mira a ‘causa Amazônica’ na tentativa de repetir o feito de Mandela em 1993 e ganhar o Nobel da Paz. Dois pontos contra Lula: antes, ele já falara bobagens sobre o conflito ‘árabes e judeus’ - e Mandela jamais fora preso por corrupção. Sempre foi ‘ficha limpa’.

DESAFIO: Como acomodar os índios –  em maior número – nas mesmas áreas rurais de antes? Em 12 anos a população deles aumentou em 51% (39.321 índios) no MS. O quadro é comparável à família que aumenta o número de seus membros habitando na mesma casa pequena. Indago: seria proibido o controle de natalidade dos indígenas?

COMÍCIOS: Onde tudo acontecia.  Ao apresentar o candidato a vereador o locutor o ‘qualificou’ de figura indefecável. Semianalfabeto, o candidato agradeceu a referência. Noutro comício, o governador Garibaldi Filho (RN) foi abordado por uma velhinha com pedido estranho: “Sou sua eleitora há anos, quero que o senhor compareça no dia do meu enterro.” Não há notícias se ele compareceu.

E MUDA? Repercutindo (muda alguma coisa?) a compra do Senado para renovar o material da copa cozinha:  Antes, respire fundo: são 200 pratos, 4 mil colheres, 1.100 facas, 1.900 garfos, 1.200 porta copos, 450 funis (seria a ‘turma do funil’?), 100 jarras, 50 leiteiras, 40 açucareiros, 150 garrafas térmicas. O custo - a bagatela de R$240 mil

DO LEITOR: “Lula desarmará a bomba relógio da Petrobras? A defasagem do preço da gasolina beira 30%. Com Dilma o controle artificial perdeu 60% do seu valor de mercado. Repetir a medida penalizaria a Petrobras e seus acionistas. O desequilíbrio crescerá com o novo aumento do valor do barril. O petróleo acima das ideologias. ”

ARTICULADO: O vice governador Barbosinha (PP) cada vez lépido nas declarações. Sobre a sua postura na sucessão de Dourados diz: “não posso criar problema para meu governador. ”Quanto ao pleito na capital adianta: “a presença da senadora Tereza Cristina (PP) fortalece nossa candidata à reeleição e vai nacionalizar o debate”.

A PROPÓSITO: Ainda dividida por aqui após o insucesso de 2022, a direita pretende motivar a militância e unida assegurar lugar no 2º turno. Essa proximidade do PSDB com o PT em nível estadual será um dos argumentos da campanha contra o candidato tucano. A ordem é juntar petistas e tucanos num só balaio, na mesma linha de tiro.

A QUESTÃO: O Governo Riedel é refém do PT e do MDB? Não, ele só administra (temporariamente?) a convivência com ambos na esperança de colher dividendos em Brasília. Mas sabe: não pode abrir as pernas para os insaciáveis petistas. Quanto as relações com o fragilizado MDB não colheu qualquer dividendo até aqui.

NEBULOSO: Já indagaram: “arcabouço ou calabouço fiscal? ”. Para sentir o ânimo do povo basta verificar o clima no comercio de sua cidade.  Segundo os economistas pés no chão - o plano de zerar o deficit fiscal, elevar o PIB sem cortar gastos e domar a inflação é só fantasia. Cá entre nós: como sempre – ‘alguém’ pagará a conta salgada.

INSACIÁVEL? Sim. Na ânsia de manter a supremacia o PSDB já acertou também com os prefeitos de Água Clara, Juti, Paranhos e Paranaíba. Serão 46 ao todo. Mas não se pode confundir inchaço com crescimento. No interior - não se esquece os discursos de campanha e nem os rojões dos vencedores. Vale mais o candidato do que o partido. Mas sem dúvida que o ‘padrinho’ Reinaldo Azambuja é forte!

TEMORES: O avanço tecnológico destruindo empregos e sem acenar com substitutos. O exemplo está nos bancos. Aliás, o trabalho em casa é um indício de isolamento com sérias consequências. Confraternização, coleguismo e colaboração serão páginas viradas. Como disse o imperador Marco Aurélio: “Não são as coisas em si mesmas que inquietam os homens, mas as opiniões que eles formam sobre essas coisas”.

PILULAS DIGITAIS: 

Está morto: podemos elogiá-lo à vontade. (Machado de Assis)

A retórica não substitui a realidade. (Thomas Sowell)

Lágrima de intelectual não enche barriga de pobre. (ex-ministro Mario Simonsen)

Ser subdesenvolvido não é “não ter futuro”; é nunca estar no presente. (Arnaldo Jabor)

Os artistas brasileiros são socialistas nos dedos ou na voz, mas capitalistas nos bolsos. (Roberto Campos)

Brasil: esse estranho país de corruptos sem corruptores. (Luiz F. Veríssimo)

No Brasil, quando o feriado é religioso, até ateu comemora. (Jô Soares)

Brasil: único país a instituir aposentadoria como benefício póstumo. (Fraga)

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