“Paralisação geral”: hospital desmarca retorno de idosa com braço quebrado
A Santa Casa, o principal hospital de MS, divulgou ofício relatando situação "caótica" de superlotação
Nesta terça-feira, a dona de casa Naile Santana, de 53 anos, ficou aflita ao receber uma mensagem da Santa Casa de Campo Grande desmarcando a consulta da mãe, de 73 anos, na Unidade do Trauma. Há um mês, a idosa caiu no quintal, quebrou o braço, passou por cirurgia, teve que colocar pinos e um fixador cirúrgico para corrigir fraturas, e ainda está com gesso. Esse caso foi sugerido por leitor que enviou mensagem pelo canal Direto das Ruas.
RESUMO
Nossa ferramenta de IA resume a notícia para você!
A Santa Casa de Campo Grande cancelou a consulta de retorno de uma idosa de 73 anos, que quebrou o braço e passou por cirurgia, devido à paralisação dos médicos. A situação caótica do hospital, com superlotação e crise financeira, levou à suspensão de novos atendimentos regulados. A instituição busca na Justiça R$ 46 milhões da Prefeitura para aliviar a crise. A decisão de cancelar consultas visa garantir a segurança dos pacientes já internados. A Prefeitura ainda não se manifestou sobre o depósito exigido pela Justiça.
“Recebi a mensagem e liguei lá. Falaram que a consulta foi cancelada por causa da paralisação dos médicos. Minha mãe chegou a fazer raio-x e, nesta quarta-feira, passaria pela consulta. A gente precisa saber como estão os pinos que foram colocados”, lamentou.
Na segunda-feira, o principal hospital do Estado divulgou um ofício em que pede para não receber mais pacientes regulados pelas unidades básicas e de pronto-socorro. O motivo divulgado pela diretoria da Santa Casa é a situação "caótica" de superlotação, principalmente no pronto-socorro, que, de acordo com a nota, tem capacidade para 13 pacientes, mas, atualmente, estaria comportando 80.
Sobre a consulta cancelada da idosa, a diretoria técnica da unidade informou, por meio de nota, que a instituição segue em situação caótica. Conforme o hospital, 114 pacientes estão internados para ortopedia, sendo que 56 ainda aguardam o primeiro procedimento cirúrgico. No pronto-socorro, há ainda 60 pacientes adultos e 15 crianças.
“O desabastecimento devido à profunda crise financeira da instituição segue afetando grandemente a assistência aos pacientes. Reiteramos que não temos condições de atender aos pacientes com o mínimo de segurança. O bloqueio de encaminhamentos de pacientes ortopédicos será mantido, ressalvados os casos emergenciais e de referência exclusiva. Aceites de pacientes estarão atrelados única e exclusivamente à nossa capacidade de atendimento. Infelizmente, essa medida é necessária e visa resguardar os pacientes que já estão na instituição”, informou o texto.
A Santa Casa entrou na Justiça para garantir R$ 46.381.533,60 oriundos da Prefeitura de Campo Grande e o pedido de tutela de urgência, protocolado na segunda-feira (24) à noite, foi acolhido e determinado o depósito em 48 horas sob risco de bloqueio do valor das contas públicas. Até o fechamento do texto, na noite de ontem, o Executivo não havia comentou sobre o tema.
Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para acessar o canal do Campo Grande News e siga nossas redes sociais.