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Direto das Ruas

Mãe de criança autista denuncia falta de remédios controlados na rede pública

Segundo relato, medicamentos estão em falta nos Centros de Atendimento Psicosocial há mais de dois meses

Idaicy Solano | 18/05/2023 08:58
Caps III (Centro de Atenção Psicossocial) em Campo Grande (Foto: Arquivo/Paulo Francis)
Caps III (Centro de Atenção Psicossocial) em Campo Grande (Foto: Arquivo/Paulo Francis)

Remédios de uso controlado e contínuo, utilizados por pacientes do espectro autista, estão em falta há mais de dois meses nas farmácias dos Caps (Centros de Atenção Psicossocial) de Campo Grande. A massagista Ana Lúcia de Amorim, 53 anos, entrou em contato com o jornal, por meio do Direto das Ruas, para denunciar o desabastecimento.

Segundo relato da massagista, o filho de 13 anos é autista, tem paralisia cerebral e faz uso contínuo de valproato e imipramina, que ajudam a controlar o estresse, a agressividade e crises de convulsão.

De acordo com Ana Lúcia, o adolescente está com o tratamento prejudicado pela falta dos remédios nas farmácias da rede pública. "O valproato ele toma duas vezes por dia. Já tem mais ou menos oito anos que ele toma esse remédio. É um remédio controlado, não tem como ficar sem".

Além de estar em falta na Caps, Ana Lúcia relata que também não consegue encontrar os medicamentos em nenhuma farmácia da Capital. Para garantir o tratamento do filho, optou por manipular os remédios, mas o custo é alto.

O frasco sai em torno de R$ 100 reais e dura apenas 15 dias. "Se ele ficar sem, ele fica muito agressivo, violento. É o tipo de remédio que não tem como ficar sem".

A Sesau (Secretária Municipal de Saúde) confirmou a falta dos medicamentos, mas afirma que novo estoque foi adquirido, e a secretaria aguarda a finalização dos trâmites da compra para que o abastecimento seja regularizado. A previsão de entrega é de até 20 dias.

"Cabe esclarecer que o estoque de medicamentos encontra-se 80% abastecido e as faltas pontuais ocorrem em razão da indisponibilidade de matéria-prima, indisponibilidade no mercado ou entraves nos processo de licitação", informa a nota.

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