ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no X Campo Grande News no Instagram
FEVEREIRO, SÁBADO  22    CAMPO GRANDE 25º

Direto das Ruas

"Não é só plaquinha": motorista acha poste em vaga para pessoa com deficiência

Mães relatam sufoco e barreiras que impedem, por exemplo, que um cadeirante desça do carro com segurança

Por Cassia Modena e Murilo Medeiros | 21/02/2025 18:01
"Não é só plaquinha": motorista acha poste em vaga para pessoa com deficiência
Vaga na Rua Barão do Rio Branco, em frente ao Pátio Central, tem um poste ao lado (Foto: Marcos Maluf)

Mães que dirigem pelo Centro de Campo Grande têm muitas reclamações a fazer sobre a localização e tamanho das vagas de estacionamento reservadas para PcDs (Pessoas com Deficiência) na rua. O assunto foi sugerido pelo canal Direto das Ruas.

RESUMO

Nossa ferramenta de IA resume a notícia para você!

Motoristas em Campo Grande, especialmente mães de crianças com deficiência, enfrentam dificuldades com vagas de estacionamento para Pessoas com Deficiência (PcD) no centro da cidade. As vagas são frequentemente mal localizadas, próximas a postes ou bicicletários, dificultando o acesso seguro e confortável. Além disso, o tamanho das vagas não permite manobras adequadas, obrigando muitos a optarem por estacionamentos pagos. As mães pedem melhorias, inspiradas nas vagas da Rua 14 de Julho, que foram melhor planejadas. A Agetran promete reavaliar as vagas e realizar vistorias para melhorar a acessibilidade.

Vaga reservada bem em frente ao shopping Pátio Central, por exemplo, fica ao lado de um poste de energia. Não dá para abrir a porta completamente para retirar alguém com segurança e conforto do banco de trás do veículo.

É o que a bancária Isleni Oliveira, 45, enfrenta com a filha de 12 anos. A menina tem uma síndrome rara que causa mobilidade reduzida e deficiência intelectual. "Quando não é em frente a um poste, é um bicicletário", diz.

"Não é só plaquinha": motorista acha poste em vaga para pessoa com deficiência
Isleni Oliveira pede acessibilidade nas vagas, não só sinalização (Foto: Marcos Maluf)

A mãe chama atenção para o direito desprezado. "Não é só colocar plaquinha! As pessoas com deficiência têm direito à acessibilidade", fala.

Espaço apertado e esquina - A secretária Vanessa Pita vive esse sufoco com o filho. Ele tem paralisia cerebral e usa andador.

A motorista sente falta de modelos de vagas maiores, que caibam uma pessoa atrás para abrir o porta-malas e retirar, sem dificuldade, uma cadeira de rodas ou outros pertences da pessoa com deficiência.

Por causa do aperto, ela, às vezes, prefere pagar estacionamento privado a usar o público. "Eu tenho que parar o carro, eu tenho que abrir o porta-malas, eu tenho que montar o andador dele e aí eu tenho que descer ele do carro, descer com ele. Você entendeu? Muitas vezes ou quase sempre eu prefiro parar em estacionamento pago", conta.

Outro detalhe é a localização das vagas. Algumas estão nas esquinas, daí, manobrar vira um desafio.

"São umas vagas apertadas, são vagas de difícil acesso, são vagas próximas a uma esquina... como que você vai manobrar um carro para entrar ali? Ou é atrás de uma banca de revistas, é uma vaga junto à vaga para idosos e motos. Pensa você na Rua Dom Aquino, tentando manobrar carro para entrar numa vaga pequena?", finaliza.

Exemplo - As mães pedem que as vagas para PcDs comecem a se adequar ao modelo das vagas da 14 de Julho. A via foi revitalizada durante a pandemia e os estacionamentos foram mais bem-planejados.

Ainda sobre a 14 de Julho, acrescentam que a rua poderia ter mais vagas reservadas do que têm hoje.

Outros endereços no Centro onde a reportagem registrou dificuldade para estacionar foram: Rua Sete de Setembro, entre a Rui Barbosa e a 13 de Maio; Rua Dom Aquino, entre a Avenida Calógeras e a Rua 14 de Julho; Rua Sete de Setembro, entre a Padre João Crippa e Rua Pedro Celestino.

Vistoria - Em nota enviada nesta sexta-feira (21), a Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito) se compromete a reavaliar as vagas para PcDs.

"Serão realizadas vistorias nos locais necessários e prestadas orientações à população. Em casos que demandem fiscalização, a Agetran solicita que os cidadãos entrem em contato com a prefeitura pelos canais de comunicação disponíveis: telefone 156 ou e-mail ouvidoria@agetran.campogrande.ms.gov.br, garantindo assim uma resposta rápida e eficiente".

Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para acessar o canal do Campo Grande News e siga nossas redes sociais.

Nos siga no Google Notícias