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Economia

Depois de pedágio, aumento do diesel encarece ainda mais preço do frete

Caroline Maldonado | 18/10/2015 08:53
Caminhoneiros reclamam ainda em aumento com custos de manutenção (Foto: Alcides Neto)
Caminhoneiros reclamam ainda em aumento com custos de manutenção (Foto: Alcides Neto)

Com o aumento de 4% no preço do diesel há duas semanas, o valor cobrado pelo frete em Mato Grosso do Sul encareceu 1,66%, segundo o Setlog (Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas e Logística de MS). Porém, as trasportadoras garantem que o montante não foi repassado inteiramente aos clientes. Além disso, o valor do pedágio da BR-163, ativo há um mês, é pago separadamente por quem contrata o frete.

O preço médio do transporte para Santos (SP) em uma carreta bitrem, com capacidade para 45 toneladas está em R$ 6.000, ou seja, R$ 133 por tonelada, segundo o presidente do Setlog, Cláudio Cavol. “Os custos só aumentam e o cenário está horrível para os transportadores”, comenta.

Sem a tabela de frete, um dos itens reivindicados nas manifestações do início do ano, os caminhoneiros têm dificuldade para definir seus preços e absorvem boa parte dos reajustes, segundo o diretor da Cooperativa Mista de São Gabriel do Oeste, Auderi Vanzela. Ele conta que agora o transportador gasta R$ 980 somente com pedágio em viagem até São Paulo e R$ 1.300 de comburível, além das despesas com motorista e manutenção do caminhão.

“Aumentou em 4% o preço do pneu, recapagem, em 6% e com isso subiu em 10% o custo total do transportador. Estamos sem a tabela, o Governo Federal negou e o Estadual não pode fazer nada, então a gente fica nessa situação. Algumas empresas pagam o frete separado, mas outros colocam no orçamento”, reclama Auderi.

Crise - Na semana passada, os caminhoneiros chegaram a falar em nova paralisação, mas os planos não avançaram. Além dos altos custos, as dívidas com financiamento dos automóveis tem dificultado a atividade, segundo Cavol. “O governo interveio nesse mercado, quando financiou, de foram irresponsável, caminhões novos com juros de 3% ao ano. Hoje, tem oferta abundante de transportadores de todo o porte, que não dão conta de pagar seus financiamentos”, disse.

Em acordo entre o Governo Federal e os caminhoneiros, ficou prevista a ampliação do tempo para pagamento de financiamento, mas isso não vem sendo concedido a todos, segundo Cavol. “O governo prometeu um ano de carência, mas só aprovou para empresas que faturam atá R$ 1,600 mil por ano e mesmo essas, os bancos não estão querendo fazer. Outro problema é que a maioria das empresas com maior dificuldade financeira tem faturamento maior que R$ 2.300, ao ano.

Mesmo com avanço dos custos, não há expectativa de aumento no preço do frete, segundo Auderi, o que torna o trabalho mais complicado para os transportadores. “Não tem previsão de subir o valor, poque a próxima colheita de soja será só em fevereiro. Nesse meio, a gente vai se arrastando, porque em fim de ano o preço vai lá para baixo”, explica o diretor.

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