Dólar vai a R$ 5,37 após derrota de MP e pressão sobre contas públicas
Alta da moeda americana reflete cautela de investidores após revés do governo e avanço de crise nos EUA
O dólar subiu 0,58% e fechou cotado a R$ 5,37 nesta quinta-feira (9). O Ibovespa recuou 0,31% e encerrou aos 141.708 pontos. O movimento refletiu a incerteza política no Brasil e a cautela dos investidores diante da crise fiscal e da paralisação do governo dos Estados Unidos.
RESUMO
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A alta da moeda foi impulsionada pela decisão da Câmara dos Deputados de deixar caducar a MP (Medida Provisória) de nº 1.303/2025, que compensaria o aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras). A medida era considerada essencial pela equipe econômica do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para reforçar a arrecadação. Sem a proposta, o impacto nas contas públicas pode chegar a R$ 46,5 bilhões até 2026.
No exterior, os mercados reagiram ao nono dia de paralisação do governo americano. O impasse no Senado entre democratas e republicanos mantém suspensos os salários de servidores e ameaça o ritmo da maior economia do mundo. A incerteza aumentou a procura por ativos considerados seguros, fortalecendo o dólar.
O cenário global também foi influenciado pelo anúncio de um cessar-fogo entre Israel e Hamas. A trégua reduziu o risco sobre o fornecimento de petróleo, fazendo o barril do tipo Brent cair 1,55%, para US$ 65,22. Ainda assim, as bolsas internacionais fecharam sem direção única, refletindo o clima de cautela.
No Japão, a futura primeira-ministra Sanae Takaichi defendeu que o Banco Central atue de forma alinhada ao governo. A declaração levantou dúvidas sobre a independência da autoridade monetária e fez o iene atingir o menor valor em oito meses. O movimento reforçou a valorização global do dólar.
No Brasil, o foco também esteve na divulgação do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo). O índice subiu 0,48% em setembro e acumulou 5,17% em 12 meses, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Apesar da aceleração, o resultado veio abaixo da previsão do mercado, que esperava alta de 0,52%.
O principal fator para o aumento foi o reajuste de 10,31% na energia elétrica residencial, após o fim do bônus de Itaipu. O item respondeu por 0,41 ponto percentual da inflação do mês. A alta compensou quedas em grupos como alimentação, artigos de residência e comunicação.
Na semana, o dólar acumula ganho de 0,73% e, no mês, de 0,99%. No ano, a moeda ainda recua 13,02%. O Ibovespa soma queda de 1,73% na semana e de 3,10% no mês, mas mantém avanço de 17,81% em 2025.
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