Edital para retomada do trem em MS deve ser lançado em abril de 2026
Ministério dos Transportes fez plano com oito traçados; o do Estado deve ser o segundo a sair do papel

O Ministério dos Transportes elaborou um plano ferroviário com oito trechos que serão levados a leilão a partir da metade do ano que vem. A estimativa é movimentar R$ 139,7 bilhões em obras e R$ 516,5 bilhões na operação dos traçados. A chamada Malha Oeste, que começa em Corumbá e segue até Mairinque, em São Paulo, deve ser o segundo trecho a ir a leilão, com edital previsto para abril. A malha está desativada há cerca de 30 anos.
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O Ministério dos Transportes planeja lançar, em abril de 2026, o edital para a retomada da Malha Oeste, ferrovia que liga Corumbá, em Mato Grosso do Sul, a Mairinque, em São Paulo. O trecho, desativado há cerca de 30 anos, demandará investimentos de R$ 35,7 bilhões em obras e R$ 53,5 bilhões na operação. A concessão terá duração de 57 anos e é vista como estratégica para o transporte de minérios e combustíveis, além de fortalecer a logística regional. A retomada do transporte ferroviário em Mato Grosso do Sul é uma demanda antiga, com potencial para ampliar o escoamento de minérios, que hoje depende do Rio Paraguai e da BR-262. O projeto faz parte de um plano federal que inclui oito trechos ferroviários, com investimentos totais estimados em R$ 139,7 bilhões em obras e R$ 516,5 bilhões na operação. O primeiro leilão será para o Anel Ferroviário Sudeste, previsto para março de 2026.
O investimento estimado para o trecho de 1.593 quilômetros é de R$ 35,7 bilhões em obras e R$ 53,5 bilhões na operação. A Folha de São Paulo informou que o plano está pronto e será divulgado nos próximos dias. A concessão da ferrovia que atende Mato Grosso do Sul terá 57 anos. No Estado, são 600 quilômetros de trilhos.
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A retomada do transporte ferroviário em Mato Grosso do Sul é um desejo antigo, tema de audiências públicas e cobranças políticas ao Governo Federal. O modal é considerado estratégico para o transporte de minérios a partir de Corumbá e também para combustíveis. Até para a Bolívia, a reativação dos trens é vista como essencial.
Em evento no começo do mês, em São Paulo, o governador Eduardo Riedel (PP) destacou a importância da ferrovia para a mineração, que hoje utiliza o Rio Paraguai e a BR-262 para escoar a produção. Segundo afirmou, atualmente são transportadas 12 milhões de toneladas, com projeção de mais que dobrar esse volume e alcançar 30 milhões de toneladas.
A concessão atual vence no ano que vem e está com a empresa Rumo Logística, responsável por diversos trechos ferroviários no país. O TCU (Tribunal de Contas da União) analisava a possibilidade de reformar o contrato, mas concluiu pela necessidade de uma nova licitação. Há trechos antigos e sem uso que precisam de revitalização, com necessidade de troca de bitolas em alguns pontos e criação de conexões para atender o setor de celulose.
O primeiro projeto do plano federal a ser licitado será o EF-118 (Anel Ferroviário Sudeste), com edital previsto para março de 2026 e leilão em junho. Com 245,95 quilômetros, fará ligação entre o Rio de Janeiro e o Espírito Santo. O pacote inclui ainda o Corredor Leste–Oeste, que liga Mato Grosso à Bahia para acesso ao Porto Sul, em Ilhéus; o Ferrogrão, que atenderá também o Estado vizinho para conectar a região Norte a um porto em Itaituba, no Pará; três trechos no sul do país; e o último a ser licitado, de 530 quilômetros entre Açailândia, no Maranhão, e Barcarena, no Pará.

