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Economia

Em meio à crise, donos de carros movidos à gás ainda estão "de boa"

Motoristas que optaram pelo GNV passam ilesos pela crise envolvendo a falta de gasolina e etanol

Gabriel Neris e Liniker Ribeiro | 25/05/2018 14:39
Motorista optou pelo GNV e comemora conversão antes da crise envolvendo os combustíveis (Foto: Liniker Ribeiro)
Motorista optou pelo GNV e comemora conversão antes da crise envolvendo os combustíveis (Foto: Liniker Ribeiro)

Os proprietários de veículos movidos a GNV (Gás Natural Veicular) praticamente não enfrentam problemas com a falta de combustíveis nos postos de Campo Grande. Enquanto os motoristas enfrentam longa espera nas filas para abastecer com o que resta de gasolina e álcool, quem precisa do GNV fura fila para ser atendido, "de boa" ao caos.

Um dos estabelecimentos que ainda estão funcionando na Capital está localizado na avenida Afonso Pena, em frente a Casa da Indústria. O frentista Willian Gonçalves, de 33 anos, relata que as vendas não aumentaram em comparação com outros dias, já que o cliente com carro GNV é específico. Não há mais gasolina e nem etanol no posto.

Ele conta que os motoristas que ainda peregrinam por gasolina e etanol fazem até piada quando chegam ao local e que a venda do gás natural “acabou salvando. Se não fosse o GNV, não teria venda”. O produto é comercializado a R$ 2,59 o metro cúbico.

Carlos de Souza, de 45 anos, trabalha com o serviço de aplicativo Uber e conta que converteu o carro para o GNV há cerca de um mês. Ele contabiliza ter uma economia de 100% com a conversão e comemora o fato de não precisar ter que encarar longas filas. “Não tem coisa melhor que ver essa fila e já chegar na bomba”, brincou.

Militar precisou de 1 hora e 20 minutos para ser atendido (Foto: Liniker Ribeiro)
Militar precisou de 1 hora e 20 minutos para ser atendido (Foto: Liniker Ribeiro)

Dorilaine Gomes Chamorro, de 42 anos, também trabalha como motorista da Uber e diz que passou por diversos postos de combustível até enfrentar a fila no cruzamento da Fernando Corrêa da Costa com a 14 de Julho.

Ela diz que passou pela Padre João Crippa e encontrou um estabelecimento lotado. No segundo que teve oportunidade preferiu parar logo, principalmente porque depende da gasolina para trabalhar. A trabalhadora até comemorou o preço de R$ 4,19 no litro da gasolina. “É acima, mas não está tão caro”.

O atendimento no posto está em torno de 1 hora e 20 minutos. Este foi o tempo que o motociclista Willian Álvaro, de 21 anos, levou para abastecer o veículo. Ele diz que precisou encarar a fila por medo de ficar sem gasolina nos próximos dias para trabalhar. “O patrão não quer saber se você tem gasolina ou não”, disse o rapaz, que é militar.

Ele conta que pretende completar o tanque para passar pelo menos uma semana tranquilo. Ao sair do curso se deparou com diversos postos de combustíveis fechados e decidiu enfrentar uma fila de mais de duas quadras no centro da Capital.

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