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Economia

Embrapa lança capim que rende mais sementes e diminui custo da pecuária

Caroline Maldonado | 15/03/2015 10:29
Pesquisadores que testaram a forrageira em seis Estados tiram dúvidas durante a Dinapec (Foto: Marcelo Calazans)
Pesquisadores que testaram a forrageira em seis Estados tiram dúvidas durante a Dinapec (Foto: Marcelo Calazans)

Os criadores de gado sul mato-grossenses terão, em breve, uma nova opção de capim que, além de diminuir os custos com sementes, promete agradar o paladar dos animais. A forrageira BRS Tamani foi lançada pela Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), nessa semana, durante a 10ª Dinapec (Dinâmica Agropecuária). O capim é baixo, as folhas finas e não têm aquela penugem, comum em outras forrageiras. É por isso, que os pesquisadores acreditam que a variedade vai cair no gosto do gado.

Os estudos mostraram que a Tamani tem 9% a mais de digestibilidade no período de seca e 4% na época de chuvas. “Além disso, ela dá flexibilidade de manejo se comparada a capins de porte alto”, explica a pesquisadora da Embrapa Gado de Corte, Liana Jank.

Como a variedade já foi registrada e reconhecida pelo Mapa (Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento) é possível que chegue ao mercado no próximo semestre. A grande vantagem para o produtor é a alta produção de sementes, segundo Cláudia Rosani Kuhr, consultora de vendas da Safrasul, que pretende comercializar a BRS Tamani, em Mato Grosso do Sul.

A consultora explica que pastagens que produzem menos sementes aumentam os custos dos pecuaristas, por isso o capim será um bom investimento. “Se a forrageira dá menos sementes, ela é mais cara. Já se a produção de sementes é maior, vai ter mais oferta e o preço cai”, comenta, ao lembrar que por ser de baixo porte, a Tamani será boa para carneiros, cavalos e ainda vacas leiteiras.

Pesquisa - Fruto de um cruzamento feito em 1992, a BRS Tamani foi testada em unidades da Embrapa no Acre, Distrito Federal, Rondônia, Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro; além de Mato Grosso do Sul. A variedade teve bons resultados também no bioma amazônico e na Mata Atlântica, segundo Liana.

A Tamani é semelhante a Massai, outra forrageira com bons resultados em pastos do Estado, segundo o pesquisador da Embrapa Cerrado, Gustavo Braga. Ele conta que os estudos para comparar o novo capim continuam e somente com a comercialização vai se saber como o gado vai responder ao uso dessa variedade.

Capim baixo, de folhas finas e não sem penugem, comum em outras forrageiras deve agradar paladar do gado (Foto: Marcelo Calazans)
Capim baixo, de folhas finas e não sem penugem, comum em outras forrageiras deve agradar paladar do gado (Foto: Marcelo Calazans)

A principal recomendação dos especialistas é ter diferentes pastos, ou seja, não utilizar apenas uma variedade sempre. Além disso, o monitoramento do solo e uso de adubos é o que vai garantir a produtividade. “É sempre bom lembrar de fazer análise do solo, com ajuda de um técnico para não perder tempo e nem dinheiro”, detalha Gustavo. Ele destaca ainda que é essencial a aplicação de fósforo, cálcio e magnésio na pastagem.

Outra dica do especialista é não misturar a pastagem, como fazem alguns pecuaristas. Com a mistura, o gado tende a escolher o capim que gostar mais e deixar a outra variedade lado. Quando o favorito acabar, o animal vai insistir nos brotos. “Há exceções em que para se conseguir determinado resultado, misturamos o capim, mas a melhor orientação é ter diferentes pastagens, mas sem misturar”, recomenda Gustavo.

Evento – Com palestras, mini-cursos e roteiros tecnológicos, a Dinapec é realizada todos os anos. Nessa 10ª edição, a feira ocorreu na Embrapa Gado de Corte, em Campo Grande entre quarta e sexta-feira (13).

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