Fiscais agropecuários estão em greve e exportações serão prejudicadas
Fiscais Federais Agropecuários do Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) estão em greve a partir de hoje (17). Em Mato Grosso do Sul, 105 fiscais na ativa aderiram à greve de ocupação e serviços como emissão de certificação internacionais em produtos de origem animal e vegetal, e exportações serão prejudicadas.
Eles reivindicam pendências de negociações anteriores. De acordo com o delegado sindical e fiscal federal, André Castriani Quirino, os fiscais pedem reestruturação de carreira, pois apesar da nomenclatura ser diferente, realizam o mesmo trabalho de auditores fiscais. "Porém, nosso salário é menor. Em 2012, após a greve que fizemos, foi firmado um acordo e passamos a receber por subsídio, deixando de ganhar insalubridade, estamos recebendo uma tabela menor e queremos reposição salarial devido às perdas inflacionárias", explica.
Outro fator que os fiscais cobram é o adicional de fronteira que é Lei desde 2013, mas falta regulamentação do Executivo.
O delgado afirma que outra cobrança é a instalação da meritocracia na ocupação de cargos de direção. "Queremos que a ocupação desses cargos seja dos fiscais de carreira, visando a questão técnica e não política, pois muitos destes cargos são ocupados por pessoal indicado que não sabe muito do que ocorre em um determinado setor", afirma.
Conforme Quirino, os fiscais são contra a terceirização do Serviço de Inspeção Federal. "Como fazemos parte de uma carreira típica de Estado e é uma carreira diversa, o Governo Federal quer terceirizar o serviço, isso é errado. O governo cancelou os concursos públicos federais e há tempos não existe um concurso para fiscal e cerca de 60% dos ativos, estão para se aposentar", alega.
No Estado, a mobilização recebeu a adesão maciça dos fiscais, tanto na Superintendência em Campo Grande, quanto nas unidades do interior de Mato Grosso do Sul, onde se destacam os frigoríficos com SIF (Serviço de Inspeção Federal) e as Unidades de Vigilância Agropecuária nas fronteiras de Mundo Novo, Corumbá e Ponta Porã.
O objetivo dos fiscais, conforme o delegado sindical, é negociar com o governo e com a ministra Kátia Abreu. "Na semana passada enviamos o aviso da greve e não tivemos nenhuma reposta. Ela não nos recebe. O governo tem um débito com a categoria, pois o que cobramos, são pautas já negociadas", explica.
A greve é por tempo indeterminado, e só serão atendidas demandas emergenciais, como animais vivos, cargas altamente perecíveis e ações que poderiam afetar a saúde pública.
Nacional – No Brasil, são aproximadamente 2,6 mil fiscais ativos, e destes, cerca de 60% podem se aposentar. Os fiscais paralisaram os serviços nos pontos mais sensíveis do país, como por exemplo, os portos de Santos e Paranaguá, além de aeroportos, frigoríficos, entre outros.
Aproximadamente 90% dos fiscais federais do país aderiram à greve.