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Economia

Frio muda comportamento do consumidor e sopa já ficou mais cara

Caroline Maldonado | 01/06/2014 16:18
Produção de alface e outras folhas ganha qualidade com tempo fresco (Foto: Marcelo Victor)
Produção de alface e outras folhas ganha qualidade com tempo fresco (Foto: Marcelo Victor)
As produções de abóbora, quiabo e batata são as mais prejudicadas pelo tempo frio (Foto: Marcelo Victor)
As produções de abóbora, quiabo e batata são as mais prejudicadas pelo tempo frio (Foto: Marcelo Victor)

O frio já começa a mudar o comportamento do consumidor que vai às compras nas feiras ou frutarias de Campo Grande. Com as baixas temperaturas, aumenta o consumo de legumes usados em caldos e sopas e as vendas de frutas e folhas sofrem uma queda. Em contrapartida é justamente nessa época do ano que a produção de folhas tem mais qualidade. Nesse cenário, os produtores reajustam os preços de acordo com as preferências do consumidor e os impactos do frio na plantação.

O gerente da Frutaria do Povo, Edilson Vieira, conta que a lucratividade cai em até 30% nesta época. “Esse é o período mais fraco do ano, porque embora a gente aumente o preço dos legumes que têm produção reduzida, diminui muito a venda das frutas”, conta o gerente. Segundo Edilson, as produções de abóbora, quiabo e batata são as mais prejudicadas pelo tempo frio, por isso não há como segurar os preços.

Nas frutarias, a alta nos preços chega a 66% no caso do quilo do quiabo, que custava R$ 3,99 e no início da semana, teve alta de R$ 2,0, passando a custar R$ 5,99. O quilo da abóbora verde, que custava R$ 1,99 até o domingo passado, subiu para R$ 2,99. O menor reajuste é no quilo da batata, que de R$ 1,99 subiu para R$ 2,50.

Em mercados maiores, a diferença é menor, o aumento não ultrapassa 40%, no entanto é preciso considerar que os preços de boa parte das hortaliças já eram mais altos do que nas frutarias. No Mercado do Produtor, por exemplo, o quiabo que custava R$ 4,99, nessa semana está custando R$ 6,99.

Na Feira Central de Campo Grande, os feirantes reclamam do movimento de clientes. O motivo talvez sejam os preços, que estão mais altos do que nas frutarias dos bairros.

O feirante Willian Henrique Taira, explica que os produtos são de ótima qualidade, porque são de produção própria, por isso o preço não pode ser menor. Segundo Willian, somente com a chegada do Inverno, em 21 de junho, algumas folhas devem ter o preço reduzido. “Quando o tempo esfriar mais vamos poder baixar o preço da alface, por exemplo. Daí o preço só volta a subir em dezembro”, afirma.

Da plantação à mesa - Na maior parte do ano, até chegar à mesa do consumidor, desde a colheita, até a venda, a perda de verduras e legumes é de até 45%. Com o tempo frio, o prejuizo é menor, cai para 20%. A durabilidade das folhas é maior, conforme explica o coordenador da Divisão de Mercado e Estatística da Ceasa (Centrais de Abastecimento de Mato Grosso do Sul), Cristiano Chaves.

Chaves explica que as baixas temperaturas não são tão ruins quanto parecem, pois ultimamente o calor tem causado danos mais expressivos na produção. Segundo ele, o Estado importa 85% do total consumido.

Os principais fornecedores são Paraná, São Paulo, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Goiás. “Está tendo uma seca em São Paulo e nesse último mês tivemos que trazer tomates do estado da Bahia. Então se o tempo continuar mais ameno é melhor”, destaca.

Com relação as folhas, Chaves explica que o Estado não chega a ser auto-suficiente, mas tem uma excelente produção. “As folhas, somente no verão que nós precisamos trazer de outros estados, por conta o excesso de chuva, que prejudica a produção”, afirma.

Esquecidas durante o frio - Na Frutaria do Povo e no Mercado do Produtor, o alface já está com preço melhor. O pé que até o domingo passado custava R$ 1,39, agora é encontrado por R$ 0,88. O gerente da frutaria explica que os preços variam de acordo com o dia da semana, mas a tendência é se manterem baixos. Em geral, os melhores dias para o consumidor encontrar boas ofertas são quarta, quinta e sexta-feira.

De acordo com o feirante Antônio Roberto, em dezembro os preços das folhas geralmente sobem, em função das chuvas que são mais constantes. “De dezembro até o mês de maio as folhas custam cerca de 30% a mais e só voltam a baixar lá por meados de maio, porque a chuva estraga muito a produção e se gear é pior ainda”, esclarece.

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