Imposto maior e custeio podem elevar o preço do botijão de gás a R$ 60
Com o aumento do valor base de cobrança do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços) do gás, no dia 16 de fevereiro, o preço do botijão de cozinha deve ultrapassar os R$ 60, nas próximas semanas, segundo o Simpergasc (Sindicato dos Revendedores de Gás de Mato Grosso do Sul).
A alíquota, ou seja o percentual do imposto, não teve reajuste, mas sim o preço base de cobrança, no qual se aplica os 12% de ICMS. Quanto ao gás de cozinha, de 13 quilos, esse valor passou de R$ 37,34 para 50,22, o que representa alta de 34,49%, segundo o gerente comercial da Coopagaz, Daniel Morares.
Com isso, cada botijão desse tipo teve aumento real de R$ 1,55 nas distribuidoras. Isso, porque antes o valor base para a cobrança do ICMS era R$ 2.873 por tonelada de gás e agora é R$ 3.862 por tonelada. Ou seja, não mudou apenas o valor para o gás de 13kg. O novo cálculo aponta o aumento para todos os outros tipos de botijão. “Nas distribuidoras, o impacto real foi esse, mas aí o preço para o consumidor final depende também das revendedoras, que têm ainda outros custos para operação e distribuição aumentados, como o combustível, por exemplo”, explicou o gerente comercial.
Em Mato Grosso do Sul, o preço médio do botijão de 13 kg é R$ 51,83, mas os preços variam entre R$ 40 e R$ 60, conforme último levantamento feito pela ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis). Já em Campo Grande, o botijão é cobrado pela média de R$ 53,26, variando entre R$ 48 e R$ 55. As pesquisas da ANP revelam que o gás subiu 5,8% no último ano, no Estado, pois em janeiro de 2014 o preço médio era R$ 48,96.
Aumento – O botijão de cozinha pode passar dos R$ 60 para o consumidor, porque além do aumento de 34,49% na base de cobrança do ICMS, os revendedores já estão gastando mais para comercializar o produto, de acordo com a presidente do Simpergasc, Neusa de Fátima Borges.
“Em dezembro, já tivemos o reajuste dos salários dos funcionários das revendas. Tivemos, ainda no ano passado, o reajuste do gás industrial”, esclareu Neusa, ao lembrar o aumento de cerca de 18% do gás industrial, por determinação da Petrobras. O reajuste pegou as empresas do setor de surpresa, pois não foi informado com antecedência.
“Em reunião com os revendedores percebemos que se formos repassar todos esses aumentos, o preço passaria de R$ 60, mas não existe um preço fixo, cada revendedor é livre para cobrar quanto achar melhor. Mas, posso dizer que quem conseguir cobrar R$ 50 no botijão estará fazendo milagre”, comentou Neusa.