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Economia

Indústria pode demitir 20 mil com fim da desoneração da folha, diz Fiems

Priscilla Peres | 24/08/2015 17:42
Federação estima demissões até o fim do ano. (Foto: Fiems)
Federação estima demissões até o fim do ano. (Foto: Fiems)

A Fiems (Federação da Indústria de MS) estima que 20 mil trabalhadores do setor sejam demitidos até o fim do ano. O presidente Sergio Longen, culpa a crise que afeta o segmento e recente decisão do governo Federal, de por fim a desoneração da folha de pagamento.

O setor gozava há quatro anos de desonerações na folha, ou seja, em 2011 o governo criou as alíquotas de 1% e 2% sobre o faturamento bruto das empresas como contribuição de INSS, que antes eram de 20%. Este ano, diante de dificuldades econômicas, a União decidiu subir as alíquotas de 1% para 2,5% e de 2,5% para 4,5%.

Para Longen, esse aumento é impossível de não ser repassado ao consumidor. Com essa medida, a Fiems estima que os setores industrial e comercial de Mato Grosso do Sul vão passar a pagar ao Planalto cerca de R$ 900 milhões a mais.

A medida de desoneração da folha foi tomada pelo governo para garantir o aumento do número de empregos. Dessa forma, o Estado empregava 141 mil pessoas em 2013, passou para 133 em 2014 e em 2015 a redução chega em 129 mil.

“Quando se transfere esse custo para os produtos finais, você diminui o poder de compra da população e, com a restrição do consumo, automaticamente as indústrias reduzem a produção, resultando em demissões”, explica Sérgio.

Cenário - O economista e consultor financeiro Aldo Barrigosse explica que estamos em uma época em que a economia e o consumo estão girando mais lentamente, o que significa que são precisos estímulos. "Ao invés de cortar na própria carnem o governo decidiu aumentar tributos, o que é ruim para o setor produtivo".

Ele ainda explica que as empresas não conseguem repassar o aumento de impostos para o consumidor, pois o consumo está retraído. "Não podemos aumentar mais impostos, porque a carga tributaria ja é alta. Tem que cortar custos".

Para o economista o momento é de rever os custos da empresa e escolher onde economizar. "O empresário precisa diminuir todos os custos operacionais da empresa. A demissão sempre é a última opção, mas o necessário é otimizar. Produzir mais com menor custo", destaca.

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