ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no X Campo Grande News no Instagram
NOVEMBRO, DOMINGO  24    CAMPO GRANDE 25º

Economia

Mesmo com Desenrola, dívida paga em cinco anos pode chegar a 72% em juros

Percentual é referente a uma conta de R$ 5 mil, com juros de 1,99% ao mês

Izabela Cavalcanti | 29/07/2023 10:53
Mulher faz conta na calculadora e contabiliza dinheiro (Foto: Arquivo/Campo Grande News)
Mulher faz conta na calculadora e contabiliza dinheiro (Foto: Arquivo/Campo Grande News)

De parcela em parcela, o consumidor acaba nem percebendo o “rombo” financeiro no final das contas. O Desenrola Brasil, programa de renegociação de dívidas, dá opções facilitadas de parcelamentos, por exemplo, mas no final, a depender do valor da dívida, os juros podem render 72,19% a mais.

O Campo Grande News fez simulação, levando em consideração dívida de R$ 5 mil, parcelada em 60 meses e com juros fixo de 1,99%, conforme regras do Desenrola.

O economista Marcio Coutinho explica que com a dívida de R$ 5 mil a ser paga em 5 anos, a prestação fica R$ 143,49 por mês. Neste período, o consumidor vai pagar o total de R$ 8.609,40, sendo R$ 3.609 ou 72,19% somente de juros.

“Considerando que a pessoa vai negociar R$ 5 mil em 60 meses e que o banco não embutiu IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), não colocou nenhum custo adicional, taxa de contrato. Esses seriam os valores das parcelas fixas mensais a cada 30 dias”, disse.

Para fins de explicação em relação ao cálculo feito, o economista diz que independentemente do valor da dívida, se a taxa de juros e o prazo para pagamento não mudarem, o percentual será o mesmo. “A taxa de juros e o prazo não se alteram. Estamos trabalhando com uma taxa de juros de 1,99% e prazo de 60 meses. Se uma dessas duas variáveis alterarem, esses 72% vai alterar. Independe do valor, considerando essa taxa de juros e esse prazo, a porcentagem sempre será a mesma”, completou.

Ainda na visão do profissional, em alguns casos não compensa o parcelamento.

Não compensa em 60 meses. O consumidor não faz conta, ele pensa: cabe no meu orçamento 200 reais? Se couber, ele vai fazer, mas não pensa no todo. Falta educação financeira para o brasileiro”, disparou Coutinho.

Gerente, de 33 anos, que preferiu não se identificar, renegociou débito de cartão de crédito de R$ 6,6 mil no Banco do Brasil, dividido em seis vezes. O detalhe é que não foi pelo Desenrola. Segundo ele, os juros ficaram em 10% ao mês. Com isso, a dívida subiu para R$ 7,7 mil, com parcelas de R$ 1,28 mil ao mês.

Programa – Para quem deve até R$ 100, terá o nome limpo e retirado do cadastro de devedores pelas instituições financeiras. Mas a dívida segue ativa e pode provocar algum problema no futuro, caso a pessoa queira manter alguma relação com o banco. As instituições que participarem do programa terão até 30 dias para retirar o nome do cliente do cadastro.

A Faixa 2 abrange a população com renda de até R$ 20 mil por mês, que tenham dívidas em banco sem limite de valor.

As dívidas podem ser quitadas nos canais dos bancos e poderão ser parceladas, em, no mínimo, 12 prestações. As dívidas precisam estar inscritas no cadastro de inadimplentes até 31 de dezembro de 2022.

Além disso, a Faixa I inclui pessoas que recebem até dois salários mínimos, ou seja, R$ 2.640, ou que estejam inscritas no CadÚnico (Cadastro Único).

Podem ser renegociadas dívidas de até R$ 5 mil e parceladas em até 60 vezes. É necessário ter ficado inadimplente entre 1º de janeiro de 2019 e 31 de dezembro de 2022. Esse público deve der beneficiado em setembro.

Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para entrar na lista VIP do Campo Grande News.

Nos siga no Google Notícias