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Economia

Preço da carne cai em fevereiro, mas será "vilão da inflação" em 2014

Zana Zaidan e Filipe Prado | 06/03/2014 17:53
Queda acentuada em fevereiro não se repetirá nos próximos meses (Foto: Marcos Ermínio)
Queda acentuada em fevereiro não se repetirá nos próximos meses (Foto: Marcos Ermínio)

A inflação em Campo Grande fechou o mês de fevereiro em 0,70%, redução de 0,48% em relação ao mês passado. Apesar da queda, o consumidor deve se preparar para colocar a mão no bolso para incluir a carne bovina na alimentação, conforme o Nepes (Núcleo de Pesquisas Econômicas da Anhanguera Uniderp), que divulgou hoje (6) o IPC (Índice de Preços ao Consumidor) da Capital.

A alimentação será “o vilão da inflação” em 2014, e a carne será a principal responsável pelos preços inflados, explica o coordenador do Nepes, professor Celso Correia de Souza.

“O preço da carne aumentou muito em dezembro, e apresentou queda na maioria dos cortes em janeiro. Mas essa redução será pontual, porque a demanda interna por carne bovina será maior, por causa da Copa, assim como as exportações, devido ao patamar do dólar”, analisa.

Em fevereiro, quatro cortes de carne bovina tiveram aumento, conforme a pesquisa: acém (3,21%), vísceras de boi (1,9%), patinho (0,64%) e lagarto (0,03%). Por outro lado, as maiores baixas foram do fígado (9,74%), alcatra (6,21%), filé mignon (6,17%) e coxão mole (5,19%).

Marcilene encontrou alternativas para não deixar de comer carne (Foto: Marcos Ermínio)
Marcilene encontrou alternativas para não deixar de comer carne (Foto: Marcos Ermínio)
Comerciantes antecipam tendência de alta para 2014 (Foto: Marcos Ermínio)
Comerciantes antecipam tendência de alta para 2014 (Foto: Marcos Ermínio)

Supervisor de uma casa de carnes no bairro São Francisco, Felipe Augusto de Oliveira, reforça o reajuste apontado pela pesquisa. “E o fornecedor já avisou que a tendência é que os preços subam mais ao longo do ano”, acrescenta.

De dezembro a fevereiro, explica ele, o preço da carne cai. Mas, neste ano, o cenário foi contrário. “Só nesses três meses, alguns cortes chegaram a ficar R$ 1 mais caros”.

O consumidor já sentiu a tendência. O montador de móveis Antenor de Arruda Castelo, 38 anos, aposta na concorrência para segurar os preços. “Não acredito que vá ficar mais barato, mas acho que a concorrência faz o comerciante não aumentar tanto para não perder o cliente”, opina.

A dona de casa Marciele Cavalheiro, 36 anos, já mudou a rotina da família para não eliminar a carne da alimentação. “Antes, comprava carne para semana toda. Hoje, já não dá mais, então tento intercalar com outros alimentos”, exemplifica.

Inflação – Junto com o preço da carne, o reajuste da tarifa de água e esgoto em janeiro refletiu diretamente na disparada da inflação em fevereiro. Em 2013, o mês fechou com índice de 0,19%.

“Historicamente fevereiro é um mês de baixa inflação. Como o reajuste das tarifas foi antecipado, houve esta instabilidade em relação ao ano anterior”, explica o professor. A cobrança das taxas representou 5,59% no índice do mês passado.

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