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Economia

Preço do marmitex sobe até 12% e restaurantes se desdobram para segurar valor

Estratégias vão de abolir desconto a quem paga em dinheiro a pegar fila na promoção de hortifrúti do atacado

Caroline Maldonado | 10/05/2022 08:21
Gerente do Restaurante Estação 15, na Rua 15 de Novembro, Tatiane Feizer. (Foto: Henrique Kawaminami)
Gerente do Restaurante Estação 15, na Rua 15 de Novembro, Tatiane Feizer. (Foto: Henrique Kawaminami)

É raro, mas tem restaurante que ainda não aumentou o preço do marmitex e do prato feito. Entre os que mudaram o valor, o reajuste chega a 12%, o que, na prática, significa alta de R$ 2,00. Para não assustar o cliente, tem gerente que criou novas versões para o marmitex e outros enfrentam fila no atacado para comprar hortifrúti mais barato. Outra estratégia foi abolir o tradicional desconto para quem paga com dinheiro e, assim, segurar o preço.

Desta vez, não tem vilão. Absolutamente todos os produtos encareceram. No restaurante Mestre do Sabor, na Rua Rui Barbosa, a sócia-proprietária Leidiane Gomes da Silva informa que o preço ainda é o mesmo, mas vai subir nas próximas semanas.

“Não sabemos ainda o quanto vai subir, mas tem outra forma, porque está tudo muito mais caro. O óleo dobrou de preço”. No local, o prato feito ainda é vendido a R$ 12, enquanto o que leva mais carne e acompanhamentos sai por R$ 16.

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Dois tipos de marmitex - Criatividade é a palavra para dar ao cliente a opção de pagar menos diante do reajuste inevitável. A gerente do Restaurante Estação 15, na Rua 15 de Novembro, Tatiane Feizer, conta que os valores aumentaram, mas ela teve uma ideia para o impacto não ser tão grande no bolso da freguesia.

O marmitex era R$ 15,90. Agora, tem dois tipos: o marmitex somente de frango, que ficou R$ 16,90 e o outro de carne ou peixe que é R$ 17,90. Já o buffet livre passou de R$ 28,90 para R$ 31,90.

Mudamos o preço na primeira quinzena de abril. Muitos clientes continuaram com a gente pela qualidade. Outros foram embora, mas vieram novas pessoas que antes almoçavam em locais que aplicaram reajuste maior que o nosso. Além disso, a gente investe bastante em marketing nas redes sociais para atrair novos clientes”, conta Tatiane.

Sem desconto - Servindo almoço na Rua Dom Aquino há 24 anos, a proprietária do Restaurante Delícias, Suzana Yamashiro, lembra que há dois anos o aumento no preço da carne pesou, mas ela conseguiu segurar o preço.

Desta vez, não teve jeito e ela, que faz um dos preços mais baratos da região central, teve que acabar com o desconto, que era de R$ 2 para o pagamento do marmitex em dinheiro, e subiu o preço do prato feito de R$ 12 para R$ 13, há mais de uma semana.

O marmitex da casa, que é mais simples e leva frango todos os dias, é R$ 12. Já o marmitex standard, que tem carnes branca e vermelha, custa R$ 15.

Foi a maneira que fiz para continuarmos trabalhando, porque subiu tudo. Antes, a gente encontrava promoção de feijão e já não tem mais. Subiu o óleo, o arroz, tudo. A alface dobrou o preço. A gente deixou de ir no Ceasa e vai no atacado nos dias de promoção. Prefiro pegar fila, é mais complicado, mas é o que temos feito para conseguir manter o preço”, conta Suzana.

Marmitex com frango é opção para quem quer econimizar. (Foto: Henrique Kawaminami)
Marmitex com frango é opção para quem quer econimizar. (Foto: Henrique Kawaminami)

E assim, os restaurantes vão criando estratégias para tentar driblar a inflação, que em Campo Grande, teve a 4ª maior alta do País, avançando 1,73% em março, conforme último IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) divulgado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). No Brasil, o índice registrou alta de 1,62%, a maior para o mês de março em 28 anos, desde o início do Plano Real, em 1994.

Enquete - Questionados sobre a frequência com que pedem marmitex na hora do almoço, 47% dos leitores do Campo Grande News responderam que não compram comida dessa forma. Dos que responderam a enquete, 32% disseram que pedem marmitex uma vez por semana e 21% que pedem todos os dias.

Entre os comentários no Facebook, três dos seguidores são categóricos ao responder a enquete: "nenhuma", comentam Erailda Maria da Costa, Natallya Portilho e Rosilene Marques.

Outros, por sua vez, respondem que o marmitex e a comida por delivery fazem parte da rotina. "Todos os dias kkkk não só marmitex", diz Amarildo Arruda.

Veja o resultado da enquete:

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