Procura é tímida e lojistas esperam corrida por presentes só no sábado
Mesmo sendo considerada a segunda melhor data de vendas para o comércio, o movimento de lojistas e clientes no Centro ainda é bem mais fraco do que o normal. Pesquisa feita pela Fecomércio estima que o Dia das Mães movimente R$ 214,5 milhões no Estado, mas nas ruas até a publicidade das lojas está tímida.
Kátia Arruda, gerente de uma loja de roupas localizada no centro de Campo Grande, afirma que a procura pelo presente está menor, pois o consumidor sempre deixa para comprar na última hora. Para ela, as compras devem ter uma melhora no sábado (9), dia que antecede a data. "O fluxo de compras deve aumentar a partir de quinta-feira, mas é no sábado que os consumidores vão comprar mesmo", disse.
Ela conta que espera um aumento de até 10% nas vendas com relação ao ano passado. Para Kátia, além da crise, o que afetou as vendas neste ano foi a abertura de novos shoppings e a cobrança de estacionamento no centro, o que tem feito com que os consumidores se espalhem para outros locais para efetuarem suas compras. "Acredito que a abertura de novos shoppings e a cobrança no estacionamento tenha feito com que o público diminua".
Para Rodrigo Bravo, gerente de uma loja de vestuário localizada na rua 14 de Julho, o problema de se fazer compras no centro é o mesmo de anos anteriores, o estacionamento que é caro e não oferece nenhuma segurança para o consumidor, e o aumento no número de vendedores ambulantes. "Mesmo com todos esses problemas e com o consumidor migrando para os shoppings, acredito que as vendas serão melhores neste ano", afirma.
Os consumidores estão divididos em relação as compras, alguns preferem deixar para a última hora e comprar um dia antes da data, outros acreditam que o melhor é garantir o presente logo para ter tempo de pesquisar os preços e comprar com mais calma.
A consumidora Nalva Meneses, 60 anos, preferiu antecipar a compra do presente para do Dia das Mães e gastou cerca de R$ 50. "Achei que os preços estão razoáveis, então como tenho que comprar, não quis deixar para a última hora e enfrentar o tumulto", informou.
Outra consumidora não pensa da mesma forma, Neide Bueno de Oliveira, 37 anos, contadora, diz que vai deixar para comprar nos dias mais próximos à data e já tem o valor específico que irá gastar. "Ainda não comprei, mas pretendo gastar em média R$ 100 com o presente", destacou.
Feriado - O presidente da ACICG (Associação Comercial e Industrial de Campo Grande), João Carlos Polidoro, aponta que um dos problemas para a pouca procura foi o feriado prolongado, onde algumas pessoas resolveram viajar, e a falta de pagamento dos funcionários públicos municipais. "O boom de vendas para o Dia da Mães deve começar a partir do dia 7, quando os funcionários públicos começam a receber seus salários, e inevitavelmente, as compras terão que ser deixadas para a última hora", comentou.
Sobre a abertura de novos shoppings, ele diz que mais de 30% dos consumidores da Capital ainda preferem fazer compras no centro, devido a variedade de mercadoria e de preços. "O centro tem de tudo e é um grande espaço para se fazer compras", garantiu.
Polidoro comentou ainda sobre a falta de decoração em algumas lojas do Centro, que é uma forma de chamar a atenção do consumidor para entrar no local e realizar suas compras. "Aquele lojista que não investiu investiu, o consumidor não vai entrar na loja, tudo está a favor do consumidor, desde a decoração até as promoções e condições de pagamento, tudo isso chama o consumidor para as compras", disse.