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Economia

Produtores orgânicos investem e se tornam fornecedores de atacado

Renata Volpe Haddad | 10/06/2015 18:08
Hortifrutis produzidos por agricultores familiares estão sendo vendidos no Fort Atacadista. (Foto: Marcos Ermínio)
Hortifrutis produzidos por agricultores familiares estão sendo vendidos no Fort Atacadista. (Foto: Marcos Ermínio)

Dos 36 produtores que fazem parte do programa do Senar/MS Hortifruti Legal do assentamento em Terenos, 22 estão produzindo e vendendo para um supermercado atacadista de Campo Grande. Abóbora, jiló, pepino, mandioca, berinjela e até tomate estão sendo produzidos para comercialização na Capital. Um bom começo para a agricultura familiar e os consumidores, já que 90% dos hortifrutis consumidos no Estado, são trazidos de São Paulo e Paraná.

Para a produção de tomate, Juraci de Arruda Soares, 63, dono do sítio Nova Querência precisou investir R$ 3 mil para colocar os itens necessários de irrigação, mas ele comenta que o retorno é rápido. “No começo tudo é difícil, porém essa porta que se abriu hoje, com certeza é o início de uma vitória”, afirma.

Conforme o presidente da Famasul, Nilton Pickler, a importância dessa produção ser comercializada em supermercados é gratificante para os produtores. “Todo o treinamento que foi feito com eles, o esforço dos produtores da agricultura familiar, e o apoio da Prefeitura Municipal de Terenos, além do Senar e Famasul está sendo vendido para as famílias sul-mato-grossenses e com o Fort Atacadista comprando os produtos é uma oportunidade do mercado expandir”, informa.

Escoamento - Os produtos são vendidos por atacado e comprado pelo supermercado três vezes por semana. O escoamento é feito com frete terceirizado com parceria do sindicato patronal de Terenos, Senar e Prefeitura Municipal. Quem afirma isso é o agente de comercialização do Senar, Wilki Richard de Oliveira. Ele explica que de produção semanal de alface, são 600 pés de alface. “Isso dá 2.400 maços por mês. De couve, a produção em média é de 300 maços por semana e 1.200 pés mensalmente. Os outros produtos como berinjela, limão e mandioca, tomate, contabilizam sete toneladas. Essa quantidade atende tranquilamente a demanda do Fort”, comenta.

O que sobra é encaminhado para o Ceasa. “Nossa perspectiva de trabalho é utilizar três linhas de produção que são: redes de supermercados, programas institucionais e o excedente para o Ceasa”, ressalta.

Maria Rosemeire trabalha com o marido e filhos na plantação de hortifrutis e para produção de tomates, investiu R$ 1 mil com irrigação. (Foto: Marcos Ermínio)
Maria Rosemeire trabalha com o marido e filhos na plantação de hortifrutis e para produção de tomates, investiu R$ 1 mil com irrigação. (Foto: Marcos Ermínio)

Caminhão próprio - A prefeita de Terenos, Carla Diniz, informou hoje aos produtores que o tão esperado caminhão para a coleta dos produtos chegou. “Lutamos tanto por esse caminhão e na manhã de hoje ele estava na prefeitura. Agora, vamos precisar colocar o baú refrigerado no Paraná, para depois fazermos a entrega com o nosso próprio caminhão”, conta.

Emocionada ao ouvir essa notícia, a produtora Maria Rosimeire dos Santos, 41, produz no assentamento junto com os filhos e o marido, de berinjela a tomate cereja, tudo com irrigação. Ela conta que precisa trabalhar com diversos hortifrutis para poder atender a demanda. “Quando falta um produto, sempre tenho outro para repor, produzo também alface e mais para frente, com o técnico do Senar nos ajudando, vamos plantar o tomate”, explica.

Rose, como é conhecida, comenta que sempre trabalhou com plantação de hortifrutis, mas para produzir com qualidade, precisou investir. “Coloquei o que precisava para irrigar os produtos e investi em torno de R$ 1 mil, mas nada que sufocou nosso orçamento”, ressalta.

Continuidade - Superintendente do Senar/MS, Rogério Beretta, comentou que essa pontapé inicial das vendas para o supermercado é de extrema importância e é necessário que os produtores saibam que toda a semana é preciso repor os produtos. “A partir do momento em que se tem uma oportunidade dessas, não pode deixar ninguém na mão e o produtor precisa entender que ele produz o que o mercado quer comprar, e precisa ter compromisso com a equipe do Fort para que sempre tenha hortifrutis na prateleira”, finaliza.

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