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Economia

Rota Bioceânica integrará países social e culturalmente, diz governador

Ricardo Campos Jr. e Renata Volpe | 29/07/2016 13:23
Reinaldo Azambuja (PSDB) participou de evento sobre a Rota Bioceânica nesta sexta (Foto: Alcides Neto)
Reinaldo Azambuja (PSDB) participou de evento sobre a Rota Bioceânica nesta sexta (Foto: Alcides Neto)

Além de ajudar no escoamento da produção, a Rota Bioceânica vai integrar social e culturalmente os países envolvidos no trajeto, segundo o governador de Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja (PSDB). A via que liga os oceanos Atlântico e Pacífico passando pelo Brasil, Paraguai, Argentina e Chile está sendo discutida em um seminário na Capital.

O evento começou ontem e termina nesta sexta-feira (29). Em coletiva durante a manhã, o governador destacou que a região Centro-Oeste vai ser uma das mais beneficiadas, já que é em Porto Murtinho onde ela deixa o país e entra no país vizinho.

“Teremos condições de levar nossas riquezas para os outros países e trazer riquezas deles para o Brasil”, diz Azambuja.

O ministro de Indústria e Comércio do Paraguai, Gustavo Leite, diz que o país está animado com o projeto. Além de ajudar na construção da ponte na fronteira com o Brasil, investirá U$ 1,4 milhão na pavimentação de rodovias e R$ 2 bilhões em outra ponte na fronteira com a Argentina.

Ele garante que o país já dispõe da verba para executar os projetos. O primeiro lote de asfalto será licitado e deve começar ainda no segundo semestre de 2016. “Estamos fazendo a nossa parte”, afirma.

Já a Argentina terá que asfaltar apenas 70 quilômetros de rodovias. “Com o corredor vamos gerar mecanismos de fortalecimento, não podemos admitir que na Argentina existam regiões que são muito pobres. Com o corredor elas vão ter mais visibilidade, vão poder crescer”, diz o subsecretário de Planejamento Territorial e de Investimento Público da Argentina, Fernando Alvarez De Celis.

Ele espera que o país possa produzir mais, uma vez que será mais fácil escoar os produtos pelos portos no Pacífico.

ministro de Indústria e Comércio do Paraguai diz que o país está animado com o projeto (Foto: Alcides Neto)
ministro de Indústria e Comércio do Paraguai diz que o país está animado com o projeto (Foto: Alcides Neto)

Dos quatro países envolvidos, o Chile está praticamente pronto para receber a demanda oriunda da Rota Bioceânica.

Conforme o ministro de Obras Públicas daquele país, Alberto Undugarra, ainda assim serão investidos U$ 350 milhões em duplicação de rodovias

“O Corredor é muito importante para os quatro países. Temos a convicção que o nosso porto vai ter integração política e econômica. O futuro nos espera e a rota é o começo disso”, opina.

Para o secretário de Política Nacional de Transportes Herbert Drummond, o corredor tem a marca dos grandes projetos e a determinação dos construtores de grandes estruturas. “Vai ser um ponto histórico da região. O ministro dos Transportes tem crença no projeto e o Governo Federal vai apoiar para tirá-lo do papel”, afirma.

Já o subsecretário-geral da América Latina e Caribe, Paulo Estivaller de Mesquita lembra que ainda há desafios a serem vencidos antes que o trajeto seja ativado definitivamente.

“O que não falta é compromisso político, mas tirar do papel é uma tarefa difícil, já que é necessário que haja uma estação de serviço em cada fronteira, segurança, duplicação de atividades. Não adianta só ter compromisso político, mas cada país tem que fazer a sua parte. Por isso que é importante ter investimento privado, porque não é um trabalho simples, já que é a longo prazo”, pontua.

O senador Waldemir Moka (PMDB) afirma que a Rota Bioceânica é um sonho há mais de 30 anos, mas nunca saiu da fase de projetos. “Ele vai dar mais visibilidade para o estado. Vai ser a ligação do Brasil a Mato Grosso do Sul. É um grande investimento do qual o Brasil faz parte”.

Mapa que mostra o caminho da Rota Bioceânica
Mapa que mostra o caminho da Rota Bioceânica

Como funciona? - Hoje os produtos brasileiros precisam seguir ao litoral para serem exportados. Um dos principais locais de despacho é Santos, atualmente saturado pelo volume de cargas e caminhões que circulam pelo local diariamente.

Além disso, para enviar produtos para a Ásia por vias marítimas, por exemplo, é preciso percorrer um longo caminho pelo Atlântico ou dar a volta na América do Sul pelo Canal do Panamá ou por outras rotas que podem levar até 14 dias.

Quando sair do papel, conforme o secretário, os caminhões devem levar cerca de três dias para chegar de Porto Murtinho ao Chile, percorrendo para isso 1,8 mil quilômetros.

“Nós entendemos que isso viabiliza principalmente os produtos de maior valor agregado maior e independente do mercado asiático nós temos o mercado da América do Sul. Ela vai propiciar que você crie uma relação comercial entre os países”.

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