Taxa de juros do crédito para as famílias bate novo recorde em junho
As famílias e empresas pagaram juros maiores ao pegar empréstimos em bancos no mês de junho. Segundo dados do Banco Central (BC), a taxa média de juros do crédito para as famílias continuou a subir e chegou a 58,6% ao ano, em junho. Essa é a maior taxa da série histórica do Banco Central, iniciada em março de 2011. Em relação a maio, houve alta de 1,3 ponto percentual.
A inadimplência das famílias (pessoas físicas), que considera atrasos superiores a 90 dias, ficou estável de maio para junho em 5,4%. Também ficou estável a inadimplência das empresas em 3,9%. A taxa de juros para as empresas subiu 0,6 ponto percentual para 27,5% ao ano.
A taxa de juros mais alta na pesquisa do BC para as pessoas físicas é a do rotativo do cartão de crédito, que subiu 11,5 pontos percentuais para 372% ao ano. A taxa média das compras parceladas com juros, do parcelamento da fatura do cartão de crédito e dos saques parcelados, subiu 2,3 pontos percentuais para 118,2% ao ano.
A taxa do cheque especial chegou a 241,3% ao ano em junho, com alta de 9,3 pontos percentuais, em relação a maio. Já a taxa do crédito consignado (com desconto em folha de pagamento) permaneceu em 27,3% ao ano.
Esses dados são do crédito livre, em que os bancos têm autonomia para aplicar o dinheiro captado no mercado e definir as taxas de juros.
No caso do crédito direcionado (empréstimos com regras definidas pelo governo destinados, basicamente, aos setores habitacional, rural e de infraestrutura), a taxa de juros para as empresas subiu 0,1 ponto percentual para 9,5% ao ano. No caso das famílias, houve alta de 0,2 ponto percentual, com taxa em 9,2% ao ano.
A inadimplência do crédito direcionado ficou estável em 0,7% para empresas e subiu 0,3 ponto percentual para 1,7%, no caso das pessoas físicas.
O saldo de todas as operações de crédito, livre e direcionado, chegou a R$ 3,102 trilhões, em junho, com crescimento de 0,6% no mês e 9,8% em 12 meses.
“A evolução do mercado de crédito no primeiro semestre de 2015 evidencia a desaceleração nos segmentos livre e direcionado, em cenário de elevação de taxas de juros e contenção da demanda por consumo e investimento”, diz o relatório do BC.