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Economia

Transportadoras pedem socorro ao governo para não parar atividades

Liana Feitosa | 04/02/2015 13:34
Segundo empresários, reunião é pedido de socorro para salvar setor de transporte do Estado. (Foto: Chico Ribeiro)
Segundo empresários, reunião é pedido de socorro para salvar setor de transporte do Estado. (Foto: Chico Ribeiro)

"Esse é um pedido de socorro porque, se o caminhoneiro quebrar, todo mundo vai morrer junto, o Estado todo perde. Se um dono para um caminhão, é mais uma família que vai ficar sem renda, é mais um desempregado", desabafou Carlos Lima, diretor jurídico da Cootrapan (Cooperativa dos Transportadores do Estado do Pantanal).

A cooperativa, que representa proprietários sul-mato-grossenses de 500 caminhões, além de empresários do setor de transporte do Estado, se reuniram nesta quarta-feira (4) com os secretários de Governo, Eduardo Riedel e Sérgio de Paula, na Governadoria, às 10h, para reivindicar uma série de melhorias fiscais.

Ontem, terça-feira (3), os representantes e caminhoneiros fecharam a BR-163, na saída de Campo Grande para Cuiabá, em protesto por essas melhorias. A paralisação do trânsito foi determinada ao meio-dia e se estendeu até 14h30. Uma fila de cerca de 9 km de formou nos dois sentidos da via.

No protesto de ontem e na reunião desta manhã, foram apresentados cinco pedidos que, para empresários, devem ser estudados em caráter emergencial para impedir que empreendedores quebrem.

Reivindicações:

- Redução do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) sobre o óleo diesel de 17% para 12%, valor praticado nos estados vizinhos a MS, o que transforma o Estado em corredor de escoamento da produção de outros estados;

- Desconto de 50% no IPVA de caminhões pertencentes a pequenas empresas, assim como já é concedido para grandes;

- Estabelecimento do valor mínimo de R$ 5 no quilômetro rodado para serviços de frete;

- Mediação de negociações junto aos bancos para estender pagamento de dívidas por 12 meses;

- Mudar de 5 para 10 anos a vistoria obrigatória de caminhões, já que, para cada dia que um caminhão deixa de rodar para ser vistoriado, é contabilizado prejuízo superior a R$ 450.

Secretários de Estado estiveram no local de protesto, ontem, conversando com caminhoneiros. (Foto: Marcelo Calazans)
Secretários de Estado estiveram no local de protesto, ontem, conversando com caminhoneiros. (Foto: Marcelo Calazans)

Pedido de socorro - Segundo Saul Steil Júnior, representante do Grupo Campo Grande, a paralisação na BR-163 tinha o objetivo de chamar a atenção da presidente Dilma (PT), mas acabou se tornando um problema para o governo do Estado.

"Sabemos que existem questões que não dependem do governo do Estado porque pertencem à esfera Federal, mas precisamos nos mobilizar, estamos insatisfeitos com a atual situação do país. Ontem foi nosso último suspiro. Se nada mudar, vamos parar, não vai ter como continuar", lamenta.

Riscos econômicos - De acordo com os representantes, a inviabilização do transporte ocorre por causa do aumento frequente no preço do óleo diesel, da falta de reajuste no preço do frete, que não passa por aumento há 13 anos e diminui o lucro das empresas, assim como o ICMS caro praticado em Mato Grosso do Sul, que faz com que as empresas abasteçam os caminhões e comprem pneus somente em estados vizinhos.

Além disso, serviços de manutenção de caminhões, mecânica e mercado de peças para esses veículos, também sofreram reajustes nos últimos meses, aumentos que são repassados ao empresário de transportes. Com o encarecimento do que é oferecido por esses setores, naturalmente o serviço de transporte também fica mais caro, desaquecendo o mercado e resfriando a economia.

Segundo empresário, protesto de ontem foi "último suspiro" das transportadoras. (Foto: Marcelo Calazans)
Segundo empresário, protesto de ontem foi "último suspiro" das transportadoras. (Foto: Marcelo Calazans)

A reunião, que durou mais de uma hora, foi vista como justa pelos secretários. "O que vocês pedem é justo, a agenda de vocês é perfeitamente viável", adiantou Riedel, secretário estadual de Governo e Gestão Estratégica.

Decisões - "Já estamos estudando as questões levantadas, inclusive, é uma prioridade nossa estudar a redução do ICMS, uma pauta que está desde o começo na proposta de governo do (governador) Azambuja. Então garantimos que não vamos deixar de lado as solicitações de vocês", completou o secretário Sérgio de Paula, da Casa Civil.

No entanto, mudanças demandarão tempo, como antecipou Riedel. "Estamos com contas negativas, por isso não podemos tomar decisões sem que haja muito planejamento. Não dá para decidir sem saber se teremos dinheiro para fechar as contas do próximo mês. Por isso, peço um pouco de paciência para chegarmos na melhor decisão", afirma.

Além dos secretários e do deputado estadual Felipe Orro (PDT), participaram da reunião representante do Sindicam (Sindicato dos Caminhoneiros Autônomos) de Mato Grosso do Sul, da Associação dos Caminhoneiros de Maracaju, da Cooperativa e Grupo São Gabriel d' Oeste e empresas Santa Edwirges Transportes, Nativa Transportes e O Cupim.

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