Corredora de MS deu 'volta ao mundo' para conquistar medalha lendária
Ela conquistou a Mandala Six Majors, dada aos maratonistas que completam as principais maratonas do mundo
Tatiane Bérgamo cravou seu nome na história das maratonas. Natural de Itumbiara (GO), mas sul-mato-grossense de coração, a corredora de 38 anos agora é uma das detentoras da Mandala Six Majors. O prêmio é dado às pessoas que completam as principais provas de maratona do mundo.
Ela completou a prova de maratona de 42 km de Berlim (Alemanha), Tóquio (Japão), Londres (Inglaterra), Nova Iorque, Boston e Chicago, nos Estados Unidos. Essas provas são consideradas as mais tradicionais do mundo das corridas.
Atualmente, ela é engenheira sanitarista e ambiental, atleta amadora e influenciadora digital. Ela chegou a Mato Grosso do Sul há 36 anos, quando tinha apenas dois anos. A primeira cidade no Estado foi Naviraí e depois em Campo Grande para entrar na universidade.
O esporte entrou na vida de Tatiane por conta de uma depressão pós-parto. A corrida veio por recomendações médicas para se unir ao tratamento com as sessões de terapia e medicamentos. Ela encontrou no esporte uma forma de lidar com seus desafios.
“Eu já fazia musculação, mas precisava de um esporte que me ajudasse na produção hormonal da serotonina, endorfina, que é tão importante para o bem-estar da nossa saúde mental e psicológica. Foi aí que comecei a caminhar com o meu filho ainda bem pequeno e fui me apaixonando cada vez mais pela corrida e nunca imaginei que chegaria a fazer uma maratona”, relata.
Em Foz do Iguaçu (PR), ela encarou sua primeira meia maratona de 21 km no contexto nacional, marcando o início de sua jornada em provas de longa distância. Já a estreia internacional ocorreu em Paris, em 2012. Apenas três anos depois, em 2015, decidiu desafiar-se ainda mais, dobrando a distância e participando da Maratona de Berlim daquele ano.
A partir daí não parou mais com sonho de faturar a Mandala Six Majors: Nova Iorque (2016), Chicago (2017), Boston (2018), Londres (2019) e Tóquio (2024), agora em março. “Era para ser uma por ano, mas a pandemia não deixou. Cheguei a migrar para o ciclismo e quase abandonei a busca pela Mandala, mas depois me encorajei e, após cinco anos sem maratona, voltei e fiz Tóquio”, revela Tatiane.
Hoje, por meio das redes sociais, Tatiane procura inspirar pessoas a alcançarem seus objetivos. “Meu maior ganho, minha maior medalha, meu maior troféu é sempre poder levar muitas pessoas comigo. Influenciar pessoas para o bem, para o esporte, para o bem-estar, para a corrida e ter o impulsionamento delas também, porque talvez eu não seria talvez de tudo isso sem essas pessoas que estão comigo”.
Como atleta, Tatiane relata que conciliar sua vida pessoal com os treinos e corridas é mais tranquilo agora. Por ser uma profissional autônoma, tem flexibilidade para montar sua própria agenda de compromissos e seus filhos estão mais velhos e independentes. Ela conta que prefere treinar logo pela manhã, bem cedo, por volta das 5h.
“Tenho facilidade em acordar de madrugada, acordo às quatro e saio para treinar às cinco. Então, às sete da manhã já conclui meus treinos e estou livre para seguir minha rotina como mãe, engenheira, dona de casa e influenciadora digital”, explica a maratonista.
A meta até o meio do ano, Tatiane quer treinar com menos volume, percorrer distâncias menores, ganhar velocidade e trabalhar com fortalecimento para recompor sua base muscular. “O plano é recuperar todos os gastos que fiz nesses últimos meses e depois tentar me inscrever em algumas provas de 10 e 21 quilômetros para ganhar velocidade e bater alguns recordes pessoais. E o ciclismo, minha segunda modalidade, vem de coadjuvante”.
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