Lei dá status a quem pratica wheeling, mas só ouvia que era da turma do "grau"
O texto foi sancionado nesta quinta-feira (28) e tem o objetivo de promover o esporte e a segurança
O 'grau de moto' agora é esporte em Campo Grande, conforme a Lei nº 7.335/2024. O texto foi sancionado na quinta-feira (28). Quem é desse mundo, analisa a nova lei como uma motivação e oportunidade para promover o wheeling (como é chamada oficialmente) com mais segurança.
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Em Campo Grande, a prática de "grau de moto", oficialmente chamada de wheeling, foi reconhecida como esporte pela Lei nº 7.335/2024. A lei visa promover a segurança e o desenvolvimento da modalidade, estabelecendo critérios para locais de prática, como pistas com dimensões específicas e medidas de segurança, e exigindo que eventos sigam normas da Confederação Brasileira de Motociclismo. A medida é vista como uma oportunidade para profissionalizar a atividade, antes praticada ilegalmente nas ruas, gerando empregos e atraindo investimentos, além de proporcionar um espaço seguro para os praticantes.
A medida sancionada pela prefeita Adriane Lopes (PP) tem como objetivo "promover a segurança e incentivar o esporte, determinando que as atividades sejam realizadas exclusivamente em locais apropriados e devidamente licenciados".
A Lei de nº 7.335/2024 discorre que os locais destinados ao wheeling e às demais manobras precisam atender a critérios específicos, como pistas asfaltadas com dimensões mínimas de 80 metros de comprimento por 25 metros de largura e áreas para o público que respeitem normas de segurança semelhantes a outros esportes motorizados.
Além disso, os organizadores de eventos e competições devem comprovar o cumprimento de todas as exigências de proteção para os pilotos. De acordo com a nova legislação, o wheeling envolve manobras acrobáticas de solo com motocicletas, como “Grau”, “RL” (Rear Lift) e “Bob’s”, que exigem força e equilíbrio dos praticantes.
Segundo a lei, as práticas esportivas devem seguir as normas estabelecidas pela CBM (Confederação Brasileira de Motociclismo), que também é responsável pela homologação das modalidades.
O empresário que trabalha com eventos automotivos, Renato Silva, destacou que a melhora envolve a "profissionalização de uma atividade que é praticada no país inteiro. A caracterização como esporte abre portas para o desenvolvimento da prática que nas ruas é um crime e no local correto movimenta uma estrutura".
Ele explica que, na semana antes de um evento, existe uma grande movimentação de oficinas na preparação das motos, venda de combustíveis e comércio. Renato é dono da Pateta Racing e disse que tem conversas com a Femems (Federação Sul-Mato-Grossense de Motociclismo) para criar o "Campeonato 244 para o ano que vem".
O empresário detalhou que, hoje, o espaço mais apropriado é o Autódromo Orlando Moura. "A estrutura e necessária de uma pista com bom espaço para a prática do grau que consiste em empinar a moto. O esporte abre possibilidades para patrocínios e incentivos da prefeitura e governo. Não pode falta ambulância, seguranças".
O autor do projeto que virou lei é Roberto Santana dos Santos (Republicanos). Ele justificou que o objetivo é o crescimento do esporte no Brasil e a necessidade de se oferecer espaços seguros para sua prática. “O objetivo é incentivar a prática esportiva e criar oportunidades de lazer e turismo para Campo Grande. Além disso, é fundamental afastar a prática irregular em vias públicas, garantindo segurança para todos”, afirmou o vereador.
O ex-presidente da CBM (Confederação Brasileira de Motovelocidade), Firmo Henrique deixou recentemente o cargo. Ele ficou no comando da instituição por cerca de 12 anos e detalhou que "não há na confederação nenhuma regulamentação definida para isso, até porque nunca houve um campeonato relacionado".
No site da CBM, há na aba de modalidades o wheeling, junto ao motocros, velocross, rally, trial, entre outros. Porém, não há eventos cadastrados para a modalidade.
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