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Esportes

Novo esporte olímpico, em MS skate é estilo de vida e até profissão

Amanda Bogo | 08/08/2016 13:52
Jovem andando de skate em pista no Horto Florestal (Foto: Alcides Neto)
Jovem andando de skate em pista no Horto Florestal (Foto: Alcides Neto)

Nas ruas ou nas pistas, no período da manhã, de tarde ou à noite, é comum encontrar jovens andando de skate por Campo Grande. O esporte, que surgiu nos Estados Unidos e chegou ao Brasil nos anos 60, acaba de ser anunciado como nova modalidade olímpica, a partir de 2020, pode ser praticado com finalidade de competição ou como um hobby.

Independente da escolha, quem vivem em cima das quatro rodinhas leva a modalidade como um estilo de vida. Aos 14 anos, Eduardo Neves tem mais de 38 mil seguidores no Instagrampatrocínio de empresas nacionais e internacionais. O primeiro contato veio aos dois meses de idade por intermédio do pai, que também era skatista.

“Meu primeiro contato foi aos dois meses de idade, pegava (o skate) do meu pai e ficava brincando. No meu aniversário de 9 anos ganhei o primeiro skate e levava ele ao parque quando ia jogar futebol. Depois não parei mais, fui evoluindo”, disse.

Eduardo participou de competições pelo país e fora. No Dam AM, em Santos, ficou em 43º entre 200 competidores. Em 2015 competiu no Tampa AM, na Flórida, uma das principais disputas do mundo. “Fiquei nervoso, era minha primeira vez nos Estados Unidos, corri bem, mas errei algumas manobras”.

Os patrocínios surgiram do trabalho de Eduardo com o skate e de sua participação em um canal de um amigo que fala sobre o esporte. “Ele chamou para fazer o vídeo e isso contribuiu para que eu fosse visto. Dos patrocinadores recebo materias, roupas, acessórios, sapatos e um salário”.

Para Eduardo, a estrutura das pistas de Campo Grande é precária. “É difícil andar aqui. Tem bastante gente andando, mas as pistas são ruins”.

Questionado sobre o apoio que recebe para se dedicar ao skate, o garoto afirma que “é um sonho que estou vivendo. Desde que comecei via os grandes nomes do skate e queria ser igual a eles. O skate é tudo para mim”.

Eduardo durante manobra em pista na Capital (Foto: Reprodução/Instagram)
Eduardo durante manobra em pista na Capital (Foto: Reprodução/Instagram)

Bruno Mareco, 21, é formado em educação física e há sete anos pratica a modalidade. Ele começou pela ligação que sempre teve com a música, o esporte e a cultura urbana dos skatistas. “O que a gente sempre tenta passar é que o skate é diferente de um esporte comum que visa um objetivo. É o individual mais coletivo, porque depende só de mim, de um lugar para praticar e aí encontrar outras pessoas compartilhando dos mesmos interesses”.

Para Bruno, o skate, que costuma praticar na Orla Morena, é um estilo de vida a seguir. “Eu comparo o skate às lutas. A luta traz a questão de respeito ao próximo, de caráter, e o skate também tem esse papel por estar inserido muito forte nas ruas, não em um ambiente pedagógico que alguém te passa uma coisa. Todo mundo é todo mundo. Você pode encontrar um morador de rua ou alguém bem sucedido que não existe uma regra”.

O skatista acredita que apesar de sofrer com falta de apoio, Campo Grande está caminhando para um patamar maior no esporte. “Vejo que aqui está mais evoluído do que anos atrás, com pessoas mais conscientes, gente vivendo disso. Hoje eu colho os frutos de gente que plantou há 20 anos atrás”.

Eram 17 horas quando a equipe do Campo Grande News encontrou dois rapazes andando de skate no Parque Horto Florestal. "Saio da escola, faço minhas obrigações em casa e depois venho andar", contou Arthur Guilherme, 17, um dos jovens. 

Sem objetivo de competir ou buscar uma carreira profissional com o esporte, mas praticando apenas como um hobby, Arthur diz que o skate não tem apoio por ainda ser marginalizado. "Não tem incentivo, falta campeonato e tem o preconceito. Se você está com um skate, as pessoas olham feio. Você não pode nem entrar em um shopping segurando um, mas não sei como mudar, preconceito sempre existiu e isso vai de cada um. É um estilo de vida para divertir, sair com os amigos, ouvir música", finalizou. 

Arthur andando na pista do Horto Florestal (Foto: Alcides Neto)
Arthur andando na pista do Horto Florestal (Foto: Alcides Neto)
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