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Esportes

Sem Guanandizão há 2 anos, Capital perde grandes eventos esportivos

Thiago de Souza | 31/03/2016 16:16
Guanandizão foi interditado pelo Corpo de Bombeiros em novembro de 2013. (Foto: Marcos Ermínio)
Guanandizão foi interditado pelo Corpo de Bombeiros em novembro de 2013. (Foto: Marcos Ermínio)

A interdição do Ginásio Guanandizão, em 2013, impede Campo Grande de receber grandes eventos esportivos. Além disso, o esporte local é prejudicado com a falta e espaço adequado para competições.

Entre os problemas do Ginásio Avelino dos Reis, nome oficial do Guanandizão, está o vazamento hidráulico, que impede que a água alcance potência suficiente para chegar às torneiras e mangueiras de emergência. O local, que tem capacidade para 8.240 pessoas, também sofre com problemas no piso, iluminação, arquibancada, vestiário, alojamentos, banheiros e cobertura.

Segundo o ex-diretor da Funesp (Fundação Municipal de Esporte) em 2014 e 2015, e atual presidente da Federação de Voleibol de Mato Grosso do Sul, José Eduardo Amâncio da Mota, conhecido como “Madrugada”, um projeto, orçado em R$ 17 milhões para a reforma do ginásio passou pela mão de dois ministros de Estado, "mas até agora nada foi resolvido".

Madrugada se refere ao ex-ministro do Esporte Aldo Rebelo (PC do B) e o até ontem titular da pasta, George Hilton (sem partido).

O basquete é uma das modalidades que mais sofre com a perda do espaço esportivo. Em junho de 2013, a Federação de Basquete do Estado recebeu do Ministério do Esporte R$ 500 mil em materiais, como piso flutuante, tabelas eletro-hidráulicas e placar eletrônico. Depois de apenas seis meses de utilização, o Guanandizão foi interditado e a prática esportiva interrompida.

“Agora estou aguardando liberação do Ministério para transferir esses materiais para a Funlec”, relata o presidente da FBMS, o ex-árbitro nacional de basquete Eduardo Marques de Souza Costa.

Costa tem outro problema para resolver. Com o Guanandizão fechado, tenta arrumar um local para sediar a etapa do Campeonato Nacional de Basquete 3x3, que aconteceria nos dias 30 de abril e 1º de maio. “Adiei o evento para o segundo semestre e vou ter que levar para um outro ginásio e talvez pagar por isso. O evento reuniria times de diversos estados do país e ajudaria a fomentar o basquete local.

Costa esclarece que o material, alocado no Guandizão, passa por manutenção periódica e não corre risco de estragar.

Relato semelhante ao de Costa é do presidente da FJMS (Federação de Judô de Mato Grosso do Sul), César Pascoal. Ele contou que o Desafio Internacional de Judô entre Brasil e Coreia do Sul correu risco de não vir para a Capital no dia 9 de abril.

“Por pouco não perdemos o evento e tivemos que alugar o Ginásio Dom Bosco”, reclamou.O evento a que Pascoal se refere deve reunir de quatro a cinco mil pessoas no Ginásio Dom Bosco. O dirigente disse que o Guanandizão é extremamente importante para a realização de eventos do judô.

Vestiários estão entre os itens que precisam de reforma. (Foto: Marcos Ermínio)
Vestiários estão entre os itens que precisam de reforma. (Foto: Marcos Ermínio)
Sem manutenção, local sofre ação do tempo e pode aumentar custo da reforma. (Foto: Marcos Ermínio)
Sem manutenção, local sofre ação do tempo e pode aumentar custo da reforma. (Foto: Marcos Ermínio)

Para o diretor-presidente da Fundesporte (Fundação de Desporto e Lazer de Mato Grosso do Sul), Marcelo Miranda, a cidade perde significativamente com a interdição do Guanandizão. Ele conta que, em 2015, recebeu uma sondagem do COB (Comitê Olímpico Brasileiro)para a realização dos Jogos da Juventude 2016. “Porém tivemos de descartar, pois não temos praça esportiva para suportar o evento. Não tempos pista de atletismo, piscina olímpica...”, alegou.

O último grande evento realizado no ginásio foi o show do cantor Roberto Carlos, no dia 7 de novembro de 2013.

O professor Madrugada destaca uma peculiaridade do Guanandizão. “É o único espaço público em Campo Grande que tem alojamento e a gente aproveitava muito ele, a custo praticamente zero”, lamentou.

“Espaço para competir a gente até consegue, mas o alojamento não. Daí temos que disputar eventos em outras cidades. O maior prejudicado nessa história são as equipes de Campo Grande que tem de gastar para ir para o interior”, completou.

O Campo Grande News tentou por duas vezes falar com o atual diretor-presidente da Funesp, Ricardo Dal Farra, porém na primeira tentativa ele disse que estava ocupado e na segunda tentativa a ligação caiu na caixa de mensagens.

Atletas de basquete utilizando a tabela eletro-hidráulica no Guanandizão. (Foto: Divulgação)
Atletas de basquete utilizando a tabela eletro-hidráulica no Guanandizão. (Foto: Divulgação)
Ex-diretor da Funesp disse que cidade perde com interdição do Guanandizão. (Foto: Arquivo)
Ex-diretor da Funesp disse que cidade perde com interdição do Guanandizão. (Foto: Arquivo)
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