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Joesley e a estratégia de Delcídio "melhorada"

Marta Ferreira | 29/06/2017 06:00

Receita – Durante julgamento do STF (Supremo Tribunal Federal) na tarde desta quarta-feira (28), o ministro Gilmar Mendes deu a entender que Joesley Batista, delator da JBS, usou receita de Delcídio do Amaral (ex-PT/MS) para se livrar a prisão. Porém, de forma aprimorada, uma vez que ao contrário do ex-senador, o empresário nem foi parar atrás das grades.

Eis a fórmula – Em 2015, Delcídio foi preso, firmou acordo de delação premiada com a PGR (Procuradoria-Geral da República) e admitiu esquema para calar o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, e logo ganhou a liberdade. Mendes menciona a sequência de fatos como uma fórmula. “Passou a ser uma técnica. Preso, delata e dá entrevista”.

Canais diferentes - O que mudou entre Delcídio e Joesley foi a escolha do canal para falar. á livre, o ex-senador deu entrevista ao programa Roda Viva, a TV Cultura, e se disse arrependido. Joesley também, mas conversou com a reportagem da Época. 

Rápida e rasteira - A segunda reunião da CPI que investiga as irregularidades fiscais e tributárias em Mato Grosso do Sul, a partir dos depoimentos de delação premiada da JBS, não teve avanços. A pendência está na segurança jurídica dos documentos entregues pelo secretário de fazenda Marcio Monteiro, na manhã de ontem (28).
Motivo - Como as informações são de sigilo fiscal das empresas investigadas, os deputados querem assinatura do secretário nas mais de 1500 notas fiscais, para se precaverem em caso de vazamentos externos que poderiam ser atribuídos à CPI.

Sem consenso - A proximidade do recesso parlamentar, em julho, divide os membros. Uns querem celeridade e para isso já cogitam usar os poderes enérgicos da CPI para fazer cumprir, por exemplo, a entrega de documentos da JBS. Outros pedem paciência.

Trâmites - A JBS foi oficiada a encaminhar documentos. O prazo, definido no último dia 21, era de 5 dias corridos, mas os papéis não chegaram. Paulo Siufi (PMDB) questionou sobre medidas cabíveis, busca e apreensão, apoio policial e tudo mais.

Obstáculos - Paulo Correa (PR) frisou que o requerimento foi enviado à sede da empresa em São Paulo e que os Correios podem ter atrasado as coisas. Segundo o advogado da CPI, Luiz Henrique Volpe Camargo, o prazo só passa a contar a partir do recebimento, mas não se sabe se a empresa já recebeu o requerimento

Não ao castigo - O juiz Marcelo Nalesso Salmaso, coordenador do programa Justiça Restaurativa, em São Paulo, esteve na Assembleia para defender estas medidas pedagógicas, criticando projetos e ações de caráter punitivos nas escolas, para reduzir a violência. "Na base, muitas vezes, estão sentimentos de humilhação, vergonha e exclusão. Boa parte desses jovens são vulneráveis e não acreditam neles próprios e acabam buscando na violência e na transgressão".

Biquinho - O deputado Paulo Siufi (PMDB) ainda está chateado com os colegas, por terem rejeitado seu projeto na CCJR, lembrando que em muitos outros casos, os integrantes da comissão não tiveram o mesmo "rigor" ao avaliar os projetos dos colegas. Ele fez várias reclamações ontem tanto na tribuna, como de forma particular. Os colegas alegam que não existe "qualquer perseguição" ao deputado, apenas houve uma avaliação sobre a matéria.

Resposta – A Superintendência da Polícia Federal em Mato Grosso do Sul enviou nota para esta coluna sobre a escolta do juiz federal Odilon de Oliveira, assunto da edição de segunda-feira. Segundo o texto, os gastos são sigilosos e os policiais que trabalham na segurança do magistrado são em sua maioria do Estado, o que dispensaria o pagamento de diárias.

(Colaboraram Leonardo Rocha, Lucas Junot e Anahi Zurutuza)

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