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Nem médicos estremecem apoio ao prefeito na Câmara

Waldemar Gonçalves | 24/03/2017 06:00

Tensão – O clima tenso entre Prefeitura de Campo Grande e médicos da rede municipal chegou à Câmara Municipal, no que pode ser considerada a primeira rusga na relação entre os vereadores e o atual prefeito, Marquinhos Trad (PSD). A troca de farpas entre Marquinhos e a categoria repercutiu durante a sessão de ontem. Membros da Comissão de Saúde, que são profissionais do setor, defenderam os colegas e atacaram a exposição de problemas na mídia.

Demagogia – As palavras mais fortes foram do médico e vereador Loester Nunes (PMDB), presidente da Comissão de Saúde, que considerou as visitas de Marquinhos a postos de saúde para verificar se os médicos estão cumprindo a escala como “demagógicas”. “Parece que querem jogar a culpa em cima da classe médica, quando a responsabilidade é do Poder Público”, defende.

Acolhimento – Em fala ao plenário, o vereador Valdir Gomes (PP) alegou que o que falta principalmente nas unidades de saúde pública é acolhimento para quem vai receber atendimento. Que as pessoas vão, mas não são bem recebidas, o que piora a situação de caos já enfrentada pelos usuários. A fala gerou reação curiosa de um colega, que em entrevista à imprensa disse: “Se só é suficiente o abraço, então manda todo mundo embora”.

Teve apoio – Ao que tudo indica, no entanto, não é o início do fim do bom relacionamento de Marquinhos com a casa. Parlamentares não gostaram quando ficaram sabendo das palavras de Loester sobre as ações do prefeito que saíram na imprensa. No fim da sessão, diversos vereadores declararam apoio às visitas surpresas de Marquinhos.

Quem foi? – Sem saber o autor dos ataques, Valdir Gomes foi ao microfone, perguntou quem havia chamado o chefe do Executivo de demagogo e pediu que se apresentasse. Acabou sem resposta: Loester não estava mais no plenário.

Conselheiro – O deputado estadual Flávio Kayatt (PSDB) espera que até o fim deste ano possa ter confirmada sua indicação ao cargo de conselheiro do TCE (Tribunal de Contas do Estado). Se isto não ocorrer, garante que também não buscará a reeleição em 2018.

Ele contra a CCJ – Continuou ontem na Assembleia Legislativa a onda de reclamações de Paulo Siufi (PMDB) contra a CCJR (Comissão de Constituição, Justiça e Redação), que arquivou um projeto dele. O peemedebista fez mea culpa, mas manteve os ataques: "Não sou desagregador e nem falo pelas costas, também fiquei sabendo que ele disse ‘ainda vou pegar este cara’".

Deixa ele – “Ele” na citação de Siufi é o presidente do colegiado, Beto Pereira (PSDB). Ao ouvir Siufi, o tucano apenas balançou a cabeça, se mostrando contrariado ao discurso do colega, mas resolveu não se manifestar.

De propósito – Para o Ministério Público de MS, ex-prefeitos de Campo Grande descumpriram acordo em que se comprometeram a regularizar o aterro de entulhos do Jardim Noroeste, de forma intencional, pois sabiam do documento assinado há cinco anos.

Em tempo – Desde que apresentou a ação, em julho passado, a Promotoria de Justiça aponta que foram mantidas as irregularidades, desde falta de licença ambiental até problemas no fechamento do local. Na ocasião, foi aplicada uma multa de R$ 1,5 milhão por conta das irregularidades do aterro, que, diga-se, foi fechado efetivamente só neste ano.

(com Leonardo Rocha, Mayara Bueno e Richelieu de Carlo)

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