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No dia em que recebe o "mito", Capital veta a "mordaça"

Waldemar Gonçalves | 10/06/2016 06:00

Lei da mordaça – Após votação simbólica que manteve o veto à chamada “lei da mordaça”, o presidente da Câmara Municipal, vereador João Rocha (PSDB), admitiu que a casa de leis falhou durante a primeira votação, ocorrida há quase dois meses em regime de urgência, quando "faltou ouvir os segmentos e promover uma discussão mais ampla sobre o assunto".

Atrás do prejuízo – Agora, finalmente, o debate foi aberto para compor um texto que contemple os dois lados da questão. "Será um novo projeto para sanar essas deficiências, valorizando o trabalho dos professores, mas também garantindo o direito das crianças em receberem informações livre de tendências ou ideologias", complementou Rocha.

Suspense – Após interromper a sessão por mais de meia hora para discutir internamente o polêmico projeto, o presidente da Câmara retornou ao plenário e, em clima de suspense, anunciou a manutenção do veto. A comemoração pelo auditório lotado parecia gol do Brasil em final de Copa do Mundo.

Comemoração – "Só conseguimos porque vocês vieram para cá", disse a vereadora Luiza Ribeiro (PPS) a um dos líderes de movimentos de professores. Já Eduardo Romero (Rede) lembrou que a Câmara Municipal recebeu mais de 35 ofícios de diversos segmentos e que a "lei da mordaça" motivou mais de 100 reuniões pela Capital nos últimos dois meses.

Fla Flu na Câmara – Para o vereador Lívio Leite (PSDB), não ouvir as partes desde o início foi o que motivou a sessão que comparou à final entre Flamengo e Fluminense. "Mas no estádio de futebol é mais tranquilo, agradável", brincou. Segundo o tucano, a solução está em criar uma Ouvidoria eficiente na Educação para evitar abusos como assédio moral de diretores contra professores ou abusos em sala de aula.

Fraquejou – Em visita a Campo Grande, o deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ), chamado de mito por alguns e lunático por outros, não se furtou a falar sobre a “lei da mordaça”. “Talvez o prefeito tenha fraquejado nesta questão, porque nós não queremos direita nem esquerda. Temos que acabar com esse marxismo nas escolas, mostrando regimes políticos onde o povo é o primeiro a sofrer. Eu entendo que o capitalismo e o livre mercado são pais e mães da liberdade”, sentenciou.

Relação familiar – Bolsonaro, diga-se, lembra que tem relação familiar com Mato Grosso do Sul. “Passei por Nioaque, onde servi por livre vontade e conheci bem o povo sul-mato-grossense. O meu primeiro filho nasceu lá”, disse ele.

Delcídio e Chaves – Ainda falando sobre assuntos relativos a Mato Grosso do Sul, Bolsonaro citou o ex-senador Delcídio do Amaral (sem partido-MS). Disse que ele contribuiu e tem contribuído para que “muita sujeira” fosse tirada de baixo de tapete com o recurso da delação premiada. “O ex-senador contribuiu e o que entrou no lugar dele (Pedro Chaves), que é do PSC, vai contribuir ainda mais, mantendo-se favorável ao impeachment de Dilma”.

Cortando na carne – Anfitrião de Bolsonaro na Capital, o pré-candidato do PSC à Prefeitura de Campo Grande, deputado estadual Carlos Alberto Davi dos Santos, o coronel Davi, afirma que uma das primeiras medidas de seu governo, caso seja eleito, será extinguir os cargos em comissão, ou o apadrinhamento político. Segundo ele, em muitos casos, “é dinheiro escoado pro ralo”.

Proposta igual – Davi reitera a necessidade de investimento em infraestrutura da cidade e cita o malfadado tapa-buraco. Alternativa ao serviço que, segundo ele, custa R$ 5 milhões por mês ao município, seria uma parceria com o Exército para executar o recapeamento das vias. Ideia semelhante tem tentado emplacar o atual prefeito.

(com a redação)

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