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Personagem de última hora, “padre” conquistou mil em MS

Anahi Zurutuza, Guilherme Correia e Jéssica Benitez | 04/10/2022 06:00
Padre Kelmon durante debate da Rede Globo, na semana passada. (Foto: TV Globo/Reprodução)
Padre Kelmon durante debate da Rede Globo, na semana passada. (Foto: TV Globo/Reprodução)

Teve voto – Personagem de última hora nas eleições 2022, Kelmon Luís da Silva Souza, o Padre Kelmon (PTB), conquistou os votos de 1.057 sul-mato-grossenses. Sem apoio dentro do próprio partido e substituto do ex-deputado Roberto Jefferson (PTB) – barrado pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) –, o missionário, que apesar de se autointitular padre, não é reconhecido por igrejas como tal, ficou conhecido mesmo no debate promovido pela Rede Globo no dia 29 de setembro.

Os números – O maior percentual obtido por Kelmon em Mato Grosso do Sul foi em Sete Quedas, onde 0,15% do eleitorado votou nele. Em seguida, vem Ladário e Santa Rita do Pardo, com 0,14%, além de Japorã e Inocência, ambas com 0,11%. Em números absolutos, Campo Grande teve maior número de votos no “candidato padre” – 457. Depois, vem Dourados (76), Corumbá (45), Três Lagoas (34) e Ponta Porã (32). Seis municípios não tiveram votos - Alcinópolis, Angélica, Dois Irmãos do Buriti, Jaraguari, Taquarussu e Caracol - este último que foi o único dos seis que teve maioria dos votos em Bolsonaro.

Votação inexpressiva – Envolvido em escândalo poucos dias antes das eleições, o empresário Saulo Batista, candidato do Republicanos à Câmara Federal, chegou a fazer 2.438 votos, mas ficou bem longe de conquistar uma das 8 vagas na bancada de Mato Grosso do Sul. O ocupante da última cadeira de deputado federal, Rodolfo Nogueira (PL), teve 41.773 votos, 17 vezes mais que Batista. Desconhecido, o nome do empresário foi parar sob os holofotes no dia 26 de setembro, quando durante briga com a amante, ele foi esfaqueado três vezes em prédio de luxo na Capital.

Desconversando – Saulo excluiu todo o material de campanha das redes sociais e não postou nada sobre o resultado. No início da manhã de ontem, divulgou trailer de série que acaba de estrear na Amazon Prime, almoçou com “o time” em restaurante famoso da Capital e concluiu o dia com uma foto do pôr-do-sol.

Para depois – Mais votado dos deputados federais, Marcos Pollon (PL), primeiro fez questão, mas depois decidiu ignorar a imprensa. Ele havia marcado coletiva para às 14h de ontem, mas cancelou de última hora. Segundo a assessoria de imprensa, o motivo foi: “assuntos urgentes de Brasília”. Durante a tarde, permaneceu em solo sul-mato-grossense. Aliás, só poderia partir para a capital brasileira em voo agendado para as 4h45, a não ser que usasse avião fretado. Mas, ainda de acordo com a assessoria, poderia “ter de viajar com urgência”. Nada além foi divulgado.

Visita – Pela manhã, Pollon esteve com o presidente do Sistema Famasul, Marcelo Bertoni. Quem divulgou o encontro para “estreitar o relacionamento institucional em prol do avanço no Estado” foi a entidade ruralista. Além de Bertoni, também participaram da reunião, o diretor-tesoureiro da Famasul, Frederico Stella, e do superintendente do Senar/MS, Lucas Galvan.

Conformado – Antes de anunciar nas redes sociais o envio de R$ 3,3 milhões em recursos para cidades de Mato Grosso do Sul, o senador Nelson Trad Filho (PSD) comentou, indiretamente, o fato de os irmãos Marquinhos e Fábio Trad, ambos do mesmo partido, não serem eleitos neste domingo. “Vida que segue! Segunda-feira de muito trabalho aqui em Brasília”.

Destino – Com colinha nas mãos, o senador anunciou que os recursos federais serão para drenagem e pavimentação de cinco municípios, sendo eles Caarapó com R$ 574.042, Deodápolis com R$ 567.609, Dourados com R$ 1,5 milhão, Fátima do Sul com R$ 325 mil e Paranaíba com R$ 382.471.

Apressadinhos – O primeiro turno das eleições mal acabou e alguns eleitores já decidiram arrancar de seus carros os adesivos de candidatos que colaram durante campanha eleitoral. Ocorre que o produto de má qualidade usado para fabricar o material gráfico deixou vidros dos veículos com resquícios de papel. Pelas ruas da Capital, nesta segunda-feira (3), não faltavam carros com adesivos “pela metade”.

Pensando no futuro – Quem ficou feliz com o resultado das urnas foi o candidato ao Senado pelo PT, Tiago Botelho. Com 178 mil votos, o professor ficou em terceiro lugar. Teve 31 mil a mais que Odilon de Oliveira (PSD), que sofreu a segunda derrota em eleições. Estreante na política, Tiago já fala até em se candidatar a prefeito, de Dourados ou Campo Grande, em 2024.

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