Escondida em muro comum, janela guarda história de professora artista
Artista plástica descobriu na pintura uma paixão e usa a profissão também como terapia
Escondida na Rua Santos Dumont, a janela de vidro em um muro comum guarda o ateliê da artista plástica Rosi Hawerroth. As obras que aparecem por esse pequeno espaço revelam anos de trabalho de uma professora que dedica a vida à arte. Ali, o estilo clássico da pintura se apresenta através de paisagens, animais e pela face de pessoas retratadas nas telas.
Aos 53 anos, pintar permanece sendo uma paixão para ela e também uma terapia, como costuma dizer. Desde 2015, o ateliê acolhe alunos, obras, conversas e histórias. Apesar de preferir pintar a natureza e os bichos, ela explica que fazer arte é pintar de tudo.
“É a minha paixão, é o que eu gosto de fazer. Mas, por enquanto não é tão procurado pela fase que o Brasil está vivendo agora. Como é uma coisa "supérflua", não é essencial, os pais não estão direcionando para o que é. Mas ensinar é muito gratificante, muito gostoso. Porque você não é só uma artista plástica, você também é uma psicóloga. Eles me escutam e eu escuto eles".
No começo, as aulas eram mais direcionadas para as crianças, mas atualmente a turma é composta pela terceira idade. O ritmo de aprendizagem também é fluido, no tempo dos alunos.
“Já trabalhei muito com crianças hiperativas, mas hoje estou mais com senhoras. É legal. Elas procuram como uma terapia. O que tem para pintar, a gente está pintando”, brinca. O lugar pequeno é uma extensão da própria Rosi: simples e sem artifícios, como ela mesma diz: “não vou me arrumar para falar, porque eu sou assim".
Natural do Paraná, a artista conta que sempre enxergou beleza no mundo à sua volta e que vive da contemplação. Foi na Paraíba, enquanto acompanhava o marido militar, que sua relação com a pintura ganhou forma.
“Eu comecei a fazer o curso de pintura lá. Fiz por sete anos, mas eu era professora de crianças, dava aula de arte nas escolas e sempre tive o dom do desenho”.
Depois de anos de formação, Rosi largou as escolas para se dedicar ao primeiro ateliê que teve em Coxim. Depois, ela chegou a Campo Grande onde já expôs os quadros em galerias e ateliês de amigos.
Hoje, ela continua dedicada a isso, principalmente às aulas e às telas. Embora faça cerâmica, ela diz que o forte mesmo é a pintura. Rosi também passou a fazer pinturas nas madeira de demolição, uma alternativa que encontrou para tornar sua arte mais acessível. “Meu forte mesmo é a flor”, confessa.
O ateliê também guarda obras de alguns alunos que passaram por ali ou os que fazem as aulas. Ela conta que o dom do desenho também passou para as duas filhas, que convidaram a mãe para se aventurar pela aquarela dias desses. Ela aceitou e acrescenta que adora testar coisas novas.
Confira a galeria de imagens:
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