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Comportamento

Com autismo e TDAH, Maria quebra barreiras para brilhar nas passarelas

Aos 6 anos, menina tem mostrado que a moda também é um espaço para crianças atípicas

Por Mylena Fraiha e Jéssica Fernandes | 18/07/2025 08:00

Com simpatia, alegria e apoio da família, a pequena miss Maria Flor Gonçalves Gomes, de 6 anos, tem mostrado que a moda também é um espaço para crianças atípicas. Diagnosticada com autismo e TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade), ela irá representar o Mato Grosso do Sul no próximo domingo (21), no Miss Brasil Infantil, em Curitiba (PR) e ela mesma gosta desse universo, se sente à vontade.

Natural de Corumbá, onde conquistou o título de Miss Infantil, Maria Flor recebeu o diagnóstico ainda pequena, após enfrentar episódios delicados de saúde. “Ela é prematura, nasceu com 1,5 kg. Teve vários episódios graves de saúde. Demorou a falar, era muito magrinha. Mas depois que começou a falar, fala até demais!”, conta a mãe, a programadora Sandra Maria Santos Gonçalves, de 47 anos.

Atualmente, a família vive em Ladário, cidade vizinha, onde Maria Flor mantém uma rotina intercalada entre tratamentos, esportes e atividades artísticas. Ela faz acompanhamento na APAE (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais), além de terapias como TO (Terapia Ocupacional), fonoaudiologia, psicologia, equoterapia e ABA (Análise do Comportamento Aplicada).

Mas a rotina não para por aí. Maria Flor também pratica balé, natação, jiu-jitsu, judô e dança de rua. Segundo a mãe, tudo é pensado para estimular o desenvolvimento da filha. “Não é porque tem o diagnóstico que precisa ser limitada. Quando descobri, pensei: ‘Qual é o problema? Não fala? Então vamos estimular!’”, afirma.

Além de brilhar nas passarelas, Maria Flor também se destaca na escola e em eventos. “Na escola, se mandam alguém falar no microfone, é ela quem vai. Na aula de música, quem canta é ela. Ela é muito pra frente”, conta Sandra.

O carisma da menina sempre chamou a atenção de médicos e professores, que incentivaram a família a investir nesse lado extrovertido. A entrada no mundo dos concursos aconteceu ao acompanhar o irmão mais velho, de 8 anos, que também é autista e já participou de várias seletivas.

Ela acabou se envolvendo e gostaram dela pelo carisma. Aí as coisas foram se desenvolvendo”, relembra Sandra. Hoje, os palcos já fazem parte da rotina da menina. “Ela ama. Tá se achando! Está super animada”, brinca.

Apesar dos desafios enfrentados, a mãe vê na trajetória da filha uma oportunidade de mostrar que o diagnóstico não é um fim, mas uma forma diferente de ver o mundo. “Dizem que todo artista tem algo de diferente, e ela realmente tem. Todos os profissionais que a atenderam dizem: ‘Investe, porque ela tem algo especial’.”

Com autismo e TDAH, Maria quebra barreiras para brilhar nas passarelas
Card promocional de Maria Flor para o Miss Brasil Infantil (Foto: Redes sociais).

Sandra também reforça que mães atípicas devem sempre olhar com atenção para as particularidades dos filhos e oferecer apoio contínuo. “O autismo é um espectro. Tem vários níveis, sintomas, é um leque. Cada criança apresenta de um jeito. Ela, por exemplo, é hiperativa. Já caiu de árvore, é superativa. Mas também é muito amorosa, muito carismática. E não sou só eu que falo, todo mundo que conhece ela diz isso.”

Este será o primeiro concurso nacional de Maria Flor, que irá se apresentar com o traje temático “Arraiá da Miss”. Criado em 1998, o Miss Brasil Infantil recebe candidatas de 5 a 13 anos. As vencedoras ganham vaga no concurso internacional Little Miss Nations.

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