ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no X Campo Grande News no Instagram
NOVEMBRO, QUINTA  21    CAMPO GRANDE 24º

Comportamento

Religiões de matriz africana “lavam” a 14 de Julho em ato simbólico

Evento acontece na noite desta quarta (20) e celebra diversas formas de expressões culturais no Centro

Por Idaicy Solano | 20/11/2024 18:55
Rua 14 de Julho foi "lavada" em ato simbólico que deu início as celebrações do feriado de Consciência Negra (Foto: Juliano Almeida)
Rua 14 de Julho foi "lavada" em ato simbólico que deu início as celebrações do feriado de Consciência Negra (Foto: Juliano Almeida)

O Dia da Consciência Negra, celebrado pela primeira vez no país como feriado nacional, foi marcado pela “lavagem” da Rua 14 de Julho, no Centro, pelos líderes e membros das religiões de Matriz Africana de Campo Grande.

O ato simbólico faz parte da 4ª Negra, evento que acontece na noite desta quarta-feira (20), em frente ao bar Me Dá Um Copo. A celebração também contempla diversas formas de expressão cultural, incluindo dança, música, literatura, teatro e manifestações religiosas.

O evento é permeado pelo conceito “ubuntu”, que significa “eu sou porque você é”, expressando a ideia de união entre pessoas de diferentes comunidades e etnias em um ambiente de solidariedade e parceria.

O ponto alto do evento, foi o ato simbólico de “lavar” a 14 de Julho, protagonizado pelos líderes de religiões de matriz africana. “Não dá pra falar sobre população afro-brasileira sem falar das religiões de matrizes africanas. Essa resistência, ela perpassa pela religião, pela fé”, destaca Romilda Pizani, responsável pelo evento.

O babalorixá Gaeta, presidente da Federação dos Cultos Afro-brasileiros e Ameríndios, destaca que o ato simbólico representa um momento de conquista, de empoderamento e de ocupação de espaços. Ele aproveita para enfatizar que o Dia da Consciência Negra representa anos de luta, resistência e que espera que a celebração se estenda aos próximos anos.

“A água é a que nos mata a sede, que nos fertiliza o solo. E a intenção é que a grande mãe água nos traga sempre fertilidade, felicidade, prosperidade. O ato em si é um ato do Movimento Negro, mas também em conjunto com os povos de matriz africana, comunidade de terreiro, na intenção de mostrar que nós precisamos ocupar os espaços”, expressa.

Ato simbólico representa um momento de conquista, empoderamento e ocupação de espaços (Foto: Juliano Almeida)
Ato simbólico representa um momento de conquista, empoderamento e ocupação de espaços (Foto: Juliano Almeida)
Babarolixá Gaeta durante o ato simbólico (Foto: Juliano Almeida)
Babarolixá Gaeta durante o ato simbólico (Foto: Juliano Almeida)
Ato simbólico aconteceu em frente ao bar Me Dá Um Copo (Foto: Juliano Almeida)
Ato simbólico aconteceu em frente ao bar Me Dá Um Copo (Foto: Juliano Almeida)

A programação conta com apresentação de dança do Grupo Aya, exibições de filmes produzidos por pessoas negras do Estado, por meio do Transcine, exposições artistas do Enegrecer Coletivo e uma performance ao vivo do artista plástico Leonardo Mareco, que realiza durante o evento uma obra em tempo real, abordando questões da identidade e resistência negra.

A atração musical fica por conta de artistas locais e nacionais, incluindo o Projeto Umoja, Eltrio, Falange da Rima, Everson Pires, Versos 67, Marta Cell, o Projeto Alma Negra, General R3, a bateria das escolas de samba de Campo Grande, Marcelus Andrade, Karla Coronel, Simona, Silveira e Tero.X.

O evento também conta com um Varal Literário com destaque à literatura negra, incluindo os escritores Eva Vilma, Camila Oliveira e Carmen Lucia, apresentando seus trabalhos, e uma exposição sobre o livro O Avesso da Pele, com a participação de alunos das escolas Maria Elisa Bocaiuva e Joaquim Murtinho.

Os alunos da Escola Maria Elisa Bocaiuva, também serão responsáveis por encenar peças sobre temas relevantes à história e à identidade afro-brasileira.

Responsável pelo evento é Romilda Pizani, coordenadora do Fórum Permanente das Entidades do Movimento Negro de Mato Grosso do Sul (Foto: Juliano Almeida)
Responsável pelo evento é Romilda Pizani, coordenadora do Fórum Permanente das Entidades do Movimento Negro de Mato Grosso do Sul (Foto: Juliano Almeida)

A coordenadora do Fórum Permanente das Entidades do Movimento Negro de Mato Grosso do Sul, e responsável pela ação cultural, Romilda Pizani destaca que a Rua 14 de Julho foi escolhida como local para a celebração, pois hoje ela representa uma grande referencia cultural para a cidade.

“O feriado nacional, para nós, tem um significado muito importante. E esse significado, ele se dá a partir da resistência e persistência. Então, hoje nós celebramos a nossa resistência enquanto população afro-brasileira, a nossa resistência enquanto descendentes de pessoas que acreditaram que esse dia ia chegar”, destaca.

O evento teve início às 17h, e vai até às 22h desta quarta-feira (20). 

Acompanhe o Lado B no Instagram @ladobcgoficial, Facebook e Twitter. Tem pauta para sugerir? Mande nas redes sociais ou no Direto das Ruas através do WhatsApp (67) 99669-9563 (chame aqui).

Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para acessar o canal do Campo Grande News e siga nossas redes sociais.

Confira a galeria de imagens:

  • Campo Grande News
  • Campo Grande News
  • Campo Grande News
  • Campo Grande News
  • Campo Grande News
Nos siga no Google Notícias