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Comportamento

Transplante de rim entre irmãs fez dor virar celebração da vida

Depois de três anos fazendo hemodiálise, Sirlene recebeu um rim e teve a vida salva pela irmã Rosilene

Por Clayton Neves | 29/05/2025 06:57
Transplante de rim entre irmãs fez dor virar celebração da vida
Sirlene e Rosilene ainda no hospital, durante o pós-operatório do transplante. (Foto: Arquivo Pessoal)

Por trás de uma cicatriz no corpo, mora uma das histórias mais bonitas que o tempo traçou na vida de duas irmãs. Quando a empresária Sirlene Pedroso de Oliveira, hoje com 43 anos, teve os rins paralisados e passou a depender da hemodiálise, a vida perdeu parte do brilho. Mas o que poderia parecer um fim, ganhou um novo começo pelas mãos e coração da irmã caçula, Rosilene Pedroso de Oliveira, de 38 anos.

Em 2015, ela doou um rim para salvar a vida de Sirlene. Uma década depois, as duas celebram a vitória marcada por união, fé e amor.

Tudo começou de maneira quase silenciosa. “Eu era manicure na época, e de repente meus pés começaram a inchar. Não tinha nenhum sintoma. Fui ao médico e o diagnóstico me pegou de surpresa. Ele disse que meus rins tinham parado de funcionar”, relembra Sirlene.

Transplante de rim entre irmãs fez dor virar celebração da vida
Sirlene fez hemodiálise por três anos até receber rim da irmã. (Foto: Arquivo Pessoal)

Aos 33 anos, ela se viu encurralada por um cotidiano difícil. Foram três anos de hemodiálise, três vezes por semana. Segundas, quartas e sextas-feiras, religiosamente. “Foi muito difícil, como se meus sonhos tivessem acabado. Mas eu guardei minha fé, me apeguei com Deus e sempre dizia que sairia dessa com asas de águia’”, conta.

O tempo passou e a fila do transplante não andava. Até que Rosilene, que morava no Paraná na época, veio visitar a irmã em Mato Grosso do Sul. Ao vê-la debilitada, tomou uma decisão. “Eu senti no meu coração de fazer os exames para ver se eu era compatível. E o resultado deu 100%”, lembra.

A decisão não veio com medo, nem com dúvida. “Eu nem sabia direito como era doar um órgão. Não sabia se doía, se ia me fazer falta depois. Mas Deus tocou no meu coração. Eu fui como se estivesse indo pra um passeio. Doei com vontade de salvar”, resume Rosilene.

Transplante de rim entre irmãs fez dor virar celebração da vida
Depois do transplante, irmãs tiveram filhas: Hadassa, de 6 anos e Lara, de quatro. (Foto: Arquivo Pessoal)

Para a irmã mais velha, a decisão foi uma completa surpresa. “Eu me perguntava se ela teria coragem mesmo, mas ela falava com tanta alegria que foi contagiante. Quando fomos transplantar, ela colocou salto e roupa bonita. Eu brinquei, perguntei se ela estava indo pra alguma festa e a resposta foi que aquele era o dia da minha vitória e que isso era uma festa para ela’”, conta.

O transplante foi feito pelo SUS, em São Paulo, e a recuperação surpreendeu. Em junho, a cirurgia completa 10 anos.

Hoje, o presente é uma celebração constante. “O amor que ela teve por mim só dá pra comparar com o amor de Deus, que entregou o filho dele por nós. Ela me deu uma parte dela, sem pensar no risco. Ela simplesmente amou e me entregou”, resume Sirlene.

Transplante de rim entre irmãs fez dor virar celebração da vida
Irmãs ao lado do médico que fez a cirurgia, em um hospital de São Paulo. (Foto: Arquivo Pessoal)

Já a caçula, diz que até esquece da cirurgia, tamanha a leveza com que vive hoje. “Ver ela feliz valeu tudo. Foi Deus que fez e quando Deus age assim, a gente só agradece”, finaliza Rosilene.

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