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Diversão

Em MS, mulher recebe 300 ligações ao dia após cantor divulgar celular

Gusttavo Lima inseriu o número do telefone dela na música "Bloqueado" e agora, a dona quer indenização

Ângela Kempfer | 20/01/2022 12:54
Gusttavo Lima durante lançamento da música. (Foto: Reprodução Instagram)
Gusttavo Lima durante lançamento da música. (Foto: Reprodução Instagram)

Desde 17 de dezembro de 2021, a vida de Alessandra Ribeiro Duarte, de 33 anos, virou um inferno em Fátima do Sul, a 239 quilômetros de Campo Grande. Começou devagar, com algumas ligações, mas conforme Gusttavo Lima foi fazendo sucesso com a canção “Bloqueado”, o assédio explodiu. “São mais de 300 ligações por dia”, diz Alessandra.

Ocorre que o sertanejo inseriu na letra da canção, o número do celular dela. Os sul-mato-grossenses curiosos logo começaram a testar se era válido por aqui e perturbar a proprietária. “No início, era pouca gente, mas com a música fazendo sucesso, não param de ligar e mandar mensagem”, reclama a mulher, que também quer a exclusão do clipe da música, hoje, com mais de 35 milhões de views no YouTube.

Na semana passada, ela procurou um advogado e só aceitou dar entrevista sob condição de não ter a imagem divulgada. “Sei que é briga das grandes, mas não vou desistir, ele transformou minha vida em um inferno”, justifica.

Negociação

Na música, ao contar a história de um homem apaixonado que tenta contato com um amor antigo, Gusttavo fala que foi bloqueado e cita o número completo. “Me bateu uma saudade daquelas, que o coração arde, 9... Olha eu recaindo outra vez”

Primeiro, ela diz que tentou contato com a produção cantor para que a letra fosse alterada. “Mas uma mulher me atendeu e ficou me enrolando, dizendo que no outro dia daria resposta. Por último, disse para eu procurar meus direitos. Isso que eu fiz”.

Segundo Alessandra, a assessoria de Gusttavo pediu para que ela trocasse o número, mas ela não abre mão, porque já tem o telefone há 7 anos. “Todo mundo que me conhece tem esse número, não é justo”, argumenta.

Agora, ela quer ser indenizada, mas diz que o “advogado ainda não falou em valores”.

Para o bem ou o mal

E Alessandra não está sozinha. Como várias pessoas têm o mesmo número Brasil afora, apenas com DDD diferente, Gusttavo Lima pode ser processado por gente de todos os estados brasileiros. “Já sei de uma menina de São Paulo que está sofrendo do mesmo jeito e entrou na Justiça”, conta. No caso da paulista, o pedido é de R$ 105 mil por danos morais e também a exclusão do vídeo.

Prestadora de serviços para a prefeitura de Fátima do Sul e mãe de duas crianças, de 5 e 10 anos, o telefone é indispensável à rotina, como na vida da maioria das pessoas. “Mas agora, só atendo quem eu já tenho contato registrado. Mesmo assim, o povo manda mensagem pelo Whats até me xingando. Já pediram até nudes”, diz.

Muito chateada com o assédio, Alessandra diz que “nunca fui fã e agora, só piorou a impressão que eu tenho do Gusttavo Lima".

Pelo País, tem gente que resolveu aproveitar a divulgação para campanha solidária e bombou no Instagram. Em Ribeirão Preto, o número pertence a Carlos Henrique Faria, que responde todas as mensagens enviadas pelo WhatsApp e as direciona a perfil nas redes sociais para arrecadar alimentos.

 "Atendi muitas ligações e eu peço para irem para o meu Instagram. Então, esse número agora é destinado a projetos sociais. Estou destinando esse resultado positivo para ações beneficentes. Eu já tenho um monte de doação. Comida, água, roupa, cama, fogão. Tem um que está doando carreta, com diesel e motorista para levar as doações”, disse Carlos ao jornal Folha de São Paulo.

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