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Lado Rural

Colheita da soja 2023-24 começa pela região sul de MS, com expectativa ruim

Área colhida ainda é tímida e dá sinais de que o clima ruim poderá afetar a produtividade

Por José Roberto dos Santos | 12/01/2024 14:19
Colheitadeira opera em lavoura de soja cultivada em propriedade na região de Itaporã. (Fotos: Divulgação/Sindicato Rural de Douradina)
Colheitadeira opera em lavoura de soja cultivada em propriedade na região de Itaporã. (Fotos: Divulgação/Sindicato Rural de Douradina)

A colheita da soja do ciclo 2023-2024 já começou em Mato Grosso do Sul. Agricultores da região sul do Estado já colocaram as colheitadeiras no campo e já contabilizam os primeiros números da safra deste ano. A colheita ainda é tímida – cerca de 2% da área plantada na região – que é tradicional produtora de grãos no Estado.

A coluna Lado Rural conversou sobre a safra com o presidente do Sindicato Rural de Douradina (MS), Cláudio Pradella, município que deu início à colheita da soja no Estado. Para o sindicalista, a colheita deve avançar mais a partir do dia 20 de janeiro, mas ele adiantou que a falta de chuvas e o forte calor registrados durante diferentes fases do desenvolvimento das plantas, podem afetar a produtividade. Os primeiros resultados na região dão conta de que a colheita tem rendido em média 40 sacas por hectare.

O município de Douradina, segundo o engenheiro agrônomo Haroldo Pradella, plantou cerca de 17 mil hectares de soja este ano. A região sul do Estado, segundo o Projeto Siga-MS (Sistema de Informações Geográficas do Agronegócio), engloba os municípios de Itaporã, Douradina, Dourados, Deodápolis, Angélica, Ivinhema, Glória de Dourados, Fátima do Sul, Vicentina, Caarapó e Juti.

Segundo Cláudio Pradella, praticamente toda a região sul já tem máquinas trabalhando na colheita da soja, ainda que seja apenas numa "beiradinha". Esses agricultores plantaram logo após o fim do vazio sanitário, no dia 15 de setembro.

Agricultor observa a colheita da soja em propriedade rural de Itaporã
Agricultor observa a colheita da soja em propriedade rural de Itaporã

A estimativa para Mato Grosso do Sul é de que a safra seja 6,5% maior em relação ao ciclo passado (2022/2023), atingindo 4,2 milhões de hectares, com uma produtividade estimada de 54 sacas por hectare, o que pode resultar numa produção de 13,8 milhões de toneladas. A expectativa é da Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul).

Condições das lavouras

Pelo monitoramento de pragas feito pelo Siga-MS, foi observado na região sul baixa incidência das plantas daninhas capim amargoso, buva e milho tiguera. Dentre as pragas e doenças, foi observado baixa infestação de percevejo marrom.

De acordo com boletim do Siga-MS, publicado no dia 9 de janeiro deste ano, no momento, a maioria das lavouras da região sul apresentam boas condições, podendo atingir alto potencial produtivo. Devido às más condições climáticas, o plantio da soja, apesar de estar tecnicamente concluído e com 3 semanas de atraso, foi prorrogado até este sábado, 13.

Ferrugem asiática

Até o presente momento. Mato Grosso do Sul registrou 6 ocorrências da ferrugem-asiática, sendo 4 em Laguna Carapã, uma em Iguatemi e uma em Naviraí, região sudoeste do Estado. A doença disparou no estado do Paraná, atualmente com 91 ocorrências, seguida pelo Rio Grande do Sul, com 37.

Segundo o mapa de dispersão do Consórcio Antiferrugem, administrado pela Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), a doença já espalhou-se por 7 estados brasileiros, totalizando 148 ocorrências. No ciclo passado, o Brasil registrou 295 casos, tendo o Mato Grosso do Sul ficado em segundo lugar, com 57 casos, atrás apenas do Paraná, com 83.

Se não controlada, a ferrugem-asiática pode comprometer até 90% da produtividade da soja.

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