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Lado Rural

Média atual ponderada da produtividade da soja em MS é uma das piores em 10 anos

Queda na produtividade em regiões importantes reduziu produção; Alcinópolis bateu recorde, com 75,05 sacas/ha

Por José Roberto dos Santos | 22/05/2024 15:01
Área plantada de soja em MS pronta para a colheita; Estado plantou mais e colheu menos. (Foto: Divulgação/Aprosoja-MS)
Área plantada de soja em MS pronta para a colheita; Estado plantou mais e colheu menos. (Foto: Divulgação/Aprosoja-MS)

A área de soja na safra 2023/2024 em Mato Grosso do Sul alcançou a marca de 4.213.612,22 hectares e a produtividade média ponderada foi de 48,84 sacas por hectare. Os números são de relatório final de produtividade do grão, elaborado pelo Projeto Siga-MS (Sistema de Informações Geográficas do Agronegócio), divulgado nesta quarta-feira, dia 22. A produção total chegou a 12,347 milhões de toneladas, uma queda de 21,8% em relação ao ciclo passado, que cravou 15 milhões de toneladas. O impacto negativo disso para o MS, segundo projeções da Aprosoja-MS (Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso do Sul) é de R$ 11 bilhões para os produtores, que deixam de faturar.

As médias ponderadas de produtividade por regiões foram de: 61,79 sc/ha para região norte, que representa aproximadamente 15,6% da área acompanhada pelo Siga-MS; 47,62 sc/ha para a região centro, que representa cerca de 22% área acompanhada e, 46,04 sc/ha para região sul, que representa aproximadamente 62,4% da área de cultivo acompanhada pelo projeto.

A produtividade média ponderada de Mato Grosso do Sul, registrou uma das menores médias de produtividade nos últimos 10 anos. Este resultado foi influenciado principalmente por condições climáticas adversas, como altas temperaturas e déficit hídrico que afetaram grande parte do Estado.

Gráfico mostra desempenho da safra de soja em Mato Grosso do Sul nos últimos 10 anos
Gráfico mostra desempenho da safra de soja em Mato Grosso do Sul nos últimos 10 anos

As regiões centro e sul do Estado, que juntas compõem 84,4% da área de soja, foram diretamente impactadas, comprometendo o potencial produtivo das lavouras. Os municípios de Maracaju, Sidrolândia, Ponta Porã, Dourados e Rio Brilhante, que são os principais produtores de soja em MS, representam 31% da média estadual. No entanto, suas médias de produtividade variaram entre 44,78 e 50,94 sacas por hectare, números que refletem os desafios enfrentados.

Por outro lado, houve municípios na região norte, como Alcinópolis, Chapadão do Sul, Costa Rica, São Gabriel do Oeste e Sonora, que tiveram um impacto positivo na produtividade. Isso pode ser atribuído a melhores condições climáticas, melhor fotoperíodo, e à adoção de tecnologias avançadas no manejo da cultura.

Nesta safra, alguns municípios contaram com áreas irrigadas, incluindo Ribas do Rio Pardo, Bandeirantes, Brasilândia, Caarapó, Deodápolis, Douradina, Dourados, Itaporã, Ivinhema, Maracaju, Nova Alvorada do Sul, Rio Brilhante e Santa Rita do Pardo. A irrigação nessas áreas tem o potencial de aumentar a produtividade, contribuindo para manutenção da produtividade nos municípios mencionados.

Região norte se destacou

Embora a região norte represente apenas 15,6% da área plantada de soja no Estado, ela se destaca por sua produtividade excepcional. Apesar de ser a menor região produtora de grãos, é notável que ela tenha alcançado as melhores produtividades. Segundo o Boletim Casa Rural, elaborado pelo Siga-MS, isso é particularmente impressionante considerando as diversas adversidades enfrentadas.

Os municípios que se destacaram nesta safra incluem Alcinópolis (que registrou o recorde de 75,05 sacas por hectare), além de Costa Rica (74,53 sc/ha), Chapadão do Sul (71,81 sc/ha) e São Gabriel do Oeste (64,57 sc/ha). Essas cidades são exemplos brilhantes de como a dedicação, a inovação e a gestão eficaz podem superar os desafios e maximizar a produtividade.

Os municípios que obtiveram produtividade média abaixo da média estadual foram: Novo Horizonte do Sul, Ivinhema, Batayporã, Água Clara, Ribas do Rio Pardo, Brasilândia, Campo Grande, Rochedo, Rio Verde de Mato Grosso, Tacuru, Sidrolândia, Angélica, Nova Andradina, Juti, Terenos, Caarapó, Paranhos, Iguatemi, Dourados, Douradina, Jaraguari, Jateí, Inocência, Amambai, Coronel Sapucaia, Fátima do Sul, Miranda, Antônio João, Itaquiraí, Naviraí, Caracol, Bonito, Aquidauana, Deodápolis, Anaurilândia, Santa Rita do Pardo, Vicentina, Bela Vista, Bataguassu, Taquarussu, Corguinho, Eldorado, Corumbá, Glória de Dourados, Bodoquena, Guia Lopes da Laguna, Porto Murtinho, Paranaíba, Japorã, Selvíria, Jardim, Nioaque, Aparecida do Taboado, Três Lagoas, Dois Irmãos do Buriti, Mundo Novo e Anastácio.

Levantamento dos dados

Os dados foram levantados pela equipe técnica da Aprosoja/MS, e envolveu um processo detalhado e meticuloso. Foram amostradas 1.905 propriedades, abrangendo uma área total de 1,459 milhão de hectares. Para determinar a área cultivada, foi realizado o georreferenciamento das culturas no campo, cobrindo extensas áreas. Nesta safra, foram percorridos 29.037 quilômetros e coletados 26.529 pontos de GPS.

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