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Lado Rural

Pouca chuva pode afetar plantio de soja e o milho de segunda safra

Estimativa de plantio neste ciclo 2024-2025 de soja em Dourados é de 254,6 mil hectares

Por José Roberto dos Santos | 10/10/2024 12:42
Técnicos do Siga-MS monitoram fazenda com plantação de soja em MS; até 4 de outubro Estado tinha semeado 5,7% da área total prevista. (Foto: Divulgação/Aprosoja-MS)
Técnicos do Siga-MS monitoram fazenda com plantação de soja em MS; até 4 de outubro Estado tinha semeado 5,7% da área total prevista. (Foto: Divulgação/Aprosoja-MS)

A ausência de chuvas regulares em Dourados, uma das maiores produtoras de soja e milho do Mato Grosso do Sul, tem levantado preocupações entre agricultores e especialistas do setor. A seca prolongada, que já se estende por semanas, pode trazer impactos significativos para as safras dessas culturas, fundamentais para a economia local e nacional. De quarta para esta quinta-feira, 10, a Embrapa Agropecuária Oeste registrou 6 mm de precipitações.

De acordo com Danieli Nunes, coordenadora do curso de Agronomia da Faculdade Anhanguera, a escassez hídrica pode comprometer o desenvolvimento adequado tanto da soja e, posteriormente, da cultura subsequente do milho safrinha, duas culturas extremamente sensíveis às variações climáticas.

“A soja e o milho necessitam de um volume considerável de água durante o período de floração e enchimento de grãos. Quando não há chuva, especialmente em estágios críticos como esses, o resultado é uma redução significativa no potencial produtivo”, explica.

Perda de produtividade

A especialista destaca ainda que a falta de chuvas não afeta apenas o rendimento das lavouras, mas também a qualidade do solo. "Sem uma quantidade adequada de precipitações, os nutrientes do solo não são devidamente disponibilizados às plantas. Isso, aliado ao calor excessivo, cria um cenário desfavorável ao desenvolvimento das culturas, gerando perdas financeiras significativas para os produtores”, complementa.

Os produtores da região já estão adotando medidas de mitigação, como o uso de tecnologias de irrigação e práticas agrícolas sustentáveis. No entanto, sem uma melhora no regime de chuvas nas próximas semanas, estima-se que a colheita deste ano possa registrar uma queda histórica.

Com Dourados sendo um polo agrícola estratégico para o Estado, os impactos da seca podem se refletir diretamente na economia local. Menores safras de milho e soja significam menor geração de renda para os produtores, além de possíveis elevações no preço dos grãos no mercado, afetando toda a cadeia de produção alimentícia e de exportação.

Dourados é campeão da soja na região Sul

A estimativa de plantio neste ciclo 2024-2025 de soja em Dourados é de 254,6 mil hectares. É a maior área plantada da região sul, que inclui também os municípios de Itaporã, Douradina, Deodápolis, Angélica, Ivinhema, Glória de Dourados, Fátima do Sul, Vicentina, Caarapó e Juti.

Segundo monitoramento feito pelo Siga-MS (Sistema de Informações Geográficas do Agronegócio), divulgado no dia 8 de outubro, a maioria das propriedades da região estão nos últimos preparos de solo para dar início ao plantio da soja. A região sul está com o plantio mais avançado, com média de 8,3%, enquanto a região centro está com 2,3% e a região norte com 0,01% de média.

A área plantada em Marto Grosso do Sul até 4 de outubro, conforme estimativa do Siga-MS, era de aproximadamente 256 mil hectares, ou seja 5,7% da área total prevista de 4,501 milhões de hectares.


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