Artesanato de aguapé vira fonte de renda em Corumbá
Cerca de 20 ribeirinhos da região de Corumbá, distante 419 km de Campo Grande, encontraram uma nova forma de produzir artesanato natural utilizando o aguapé, planta aquática abundante no Pantanal.
Os ribeirinhos são de Porto Esperança, uma comunidade histórica às margens do rio Paraguai onde só se chega por barco. Jovens e adultos de Porto Esperança receberam aulas de Catarina Guató, uma das poucas artesãs que conhecem a técnica na região. A oficina, que durou três dias, ensinou aos alunos a escolher o aguapé a ser coletado. “Não se arranca com faca os talos da planta para não matá-la”, ensinou Catarina ao indicar os mais compridos.
O segundo passos é expor a fibra ao sol para secar. Os alunos aprenderam também a produzir a trama que origina o trançado, que pode chegar a centenas de metros, até tomar forma de objetos utilitários e decorativos.
Segundo Catarina, "a ideia é formar uma cadeia produtiva e comercializar em vários pontos turísticos do Pantanal." Para uma das participantes, Viviane Lino Nascimento, de 24 anos, a técnica, além de interessante, representa bom aproveitamento dos recursos naturais.
“Foi muito fácil aprender a fazer o trançado com o aguapé. Apesar de viver aqui há muitos anos, não imaginava que dava pra fazer artesanato com a planta. Foi muito gratificante o curso. E não tem desculpas pra não fazer: com a cheia do rio, é só pegar o aguapé debaixo de nossas casas”, conta.
O projeto é realizado pela Funarte e pelo Ministério da Cultura, por meio do Programa Mais Cultura, com apoio da Fundação de Cultura do Estado de Mato Grosso do Sul e da Prefeitura Municipal de Corumbá, por meio da Secretaria Municipal de Assistência Social e Cidadania (CRAS Itinerante) e da Fundação de Cultura de Corumbá.